Funcionários da refinaria Mataripe (antiga Landulpho Rodrigues) anunciaram a paralização das atividades nesta 3ª feira (5.mar.2024) a partir das 6h15 da 4ª feira (6.mar). A unidade passa por demissões consecutivas.
A refinaria pertencia à Petrobras até 2021, quando foi vendida ao fundo árabe Mubadala durante a presidência de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), 150 funcionários foram demitidos. Só nesta 3ª (5.mar), foram 28 desligamentos.
A empresa conta com 17.250 empregados, dos quais 700 são terceirizados. Eles são a maioria das demissões (120). Desde a privatização da unidade, 300 pessoas foram transferidas da refinaria.
Em visita aos Emirados Árabes em fevereiro, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a estatal está em negociações para comprar as participações do fundo árabe e, assim, retomar o controle da refinaria. A atual gestão da petroleira é crítica à privatização da unidade.
“Tudo indica que depois desse anúncio, a Acelen [administradora da refinaria] está reduzindo o número de efetivo – próprio e terceirizado – o que impacta na manutenção das unidades e na segurança das atividades”, disse Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
Em janeiro foi aberta uma investigação administrativa para avaliar a venda do ativo. Um relatório da CGU (Controladoria Geral da União) concluiu que a refinaria foi vendida por um preço abaixo do mercado. A Mubadala pagou R$ 8,03 bilhões pela unidade.