O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, agradeceu nesta 2ª feira (26.fev.2024) pelo apoio de brasileiros a Israel durante o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (25.fev) na av. Paulista, em São Paulo. Diversos apoiadores do ex-chefe do Executivo levaram bandeiras de Israel para a manifestação. Bolsonaro também iniciou sua participação no evento exibindo um exemplar.
“Muito obrigado ao povo brasileiro por apoiar Israel. Nem Lula conseguirá nos separar”, disse em seu perfil no X (antigo Twitter). A mensagem é acompanhada de uma foto da manifestação que mostra as bandeiras dos 2 países hasteadas em meio a multidão.
A declaração do chanceler é mais uma da sua série de críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde que o petista comparou a ação do Exército de Israel no conflito com o Hamas na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
Depois disso, Katz passou a exigir um pedido formal de desculpas do brasileiro, que se tornou “persona non grata” (ou seja, que não é bem-vinda) em Israel.
Em evento da Petrobras na 6ª feira (23.fev), Lula voltou a afirmar que o governo israelense está cometendo um “genocídio” em Gaza. “Se isso não é genocídio, eu não sei o que é”, declarou.
Leia a linha do tempo do episódio:
- 18.fev.2024 – Lula compara os ataques de Israel às ações de Hitler contra judeus;
- 18.fev.2024 – Benjamin Netanyahu critica Lula e classifica sua fala como “vergonhosa”;
- 19.fev.2024 – ministro de Relações Exteriores de Israel declara Lula “persona non grata” e constrange publicamente embaixador do Brasil no país, Fred Meyer, ao levá-lo para o Museu do Holocausto de Jerusalém;
- 19.fev.2024 – Brasil chama embaixador Fred Meyer de volta ao país;
- 19.fev.2024 – ministro de Relações Exteriores do Brasil diz em reunião com embaixador de Israel que Meyer foi humilhado;
- 19.fev.2024 – no Planalto, avaliação é a de que Lula não pedirá desculpas;
- 20.fev.2024 – ministro de Relações Exteriores de Israel volta a pedir retratação de Lula e diz que fala do presidente é um “cuspe no rosto dos judeus brasileiros”;
- 21.fev.2024 – o chanceler posta vídeo com brasileira que estava na rave atacada pelo Hamas e acusa o Brasil de não ter dado tratamento adequado às famílias de brasileiros vítimas do ataque;
- 22.fev.2024 – Itamaraty responde à brasileira e diz que entrou em contato com as famílias e prestou a devida assistência;
- 23.fev.2024 – o ministro israelense publica imagem de brasileiros e israelenses abraçados e diz que “nem Lula” vai separar os 2 povos;
- 23.fev.2024 – ao falar pela 1ª vez em público sobre a declaração de 18 de fevereiro, Lula volta a dizer que a guerra em Guerra é um “genocídio”, mas não repete a comparação com o extermínio de judeus. “Não tente interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia. Leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel”, afirmou.