Bolsonaro nega golpe e defende anistia a “pobres coitados” do 8 de Janeiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou neste domingo (25.fev.2024) que houve tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2024. Defendeu um projeto de anistia aos “pobres coitados” do 8 de Janeiro –quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas, em 2023.

As declarações foram feitas durante discurso no ato realizado na avenida Paulista neste domingo (25.fev.2024). O ex-chefe do Executivo disse que busca “pacificação”, “passar a borracha no passado” e uma “maneira de viver em paz”. Afirmou que, depois de deixar a Presidência, saiu do país e não buscou questionar o resultado das urnas.

Assista à íntegra do discurso (22min49s):

“[Busco] É uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil. Agora, nós pedimos a todos 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja justiça no nosso Brasil”, declarou.

Bolsonaro afirmou que quem depredou o patrimônio público deve pagar, mas que as penas “fogem ao mínimo da razoabilidade”.

Nós não podemos entender o que levou poucas pessoas a penarem tão drasticamente”, declarou.

O ex-presidente disse estar “orgulhoso” e “grato” pelos apoiadores terem ido ao ato neste domingo (25.fev.2024). “[Vai] ter uma fotografia para o mundo do que é a garra, a determinação do povo brasileiro. Essa fotografia está sendo inédita para todo o mundo. É uma amostra das cores da nossa bandeira”, declarou.

Bolsonaro pediu que os apoiadores “caprichem” no voto para as eleições municipais –especialmente vereadores. Sobre as eleições presidenciais, em 2026, afirmou que “o futuro a Deus pertence”, mas defendeu um chefe de Estado que tenha “Deus no coração”, ame a bandeira, emocione-se com o hino e respeite a família.

NEGOU INTENÇÃO DE GOLPE

O ex-presidente reforçou que há uma tentativa de perseguição política. Afirmou que leva “pancada” desde antes das eleições de 2018 e que passou 4 anos perseguido. “E essa perseguição aumentou sua força quando deixei a Presidência da República. […] Saí do Brasil e essa perseguição não terminou”, declarou.

“É joia, é a questão de importunação de baleia, é dinheiro que teria mandado para fora do Brasil. É tanta coisa que eles mesmos acabam trabalhando contra si”, disse. Declarou que, agora, adversários políticos citam uma tentativa irreal de golpe. “O que é golpe? É tanque na rua, arma, conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. Nada disso foi feito no Brasil”, afirmou.

Bolsonaro afirmou que para a adoção de um estado de sítio é preciso convocar os conselhos da República e da Defesa. “Isso aconteceu? Não”. Disse também que seria necessário mandar uma proposta para o Congresso. “É o Parlamento que decide se o presidente pode ou não editar um decreto de estado de sítio”, declarou.

LIBERDADE E GOVERNO

Bolsonaro disse que o povo brasileiro não merece “estar vivendo esse momento, onde pouquíssimos causam tantos males”. Declarou que o mal “não é eterno” e que é preciso fazer tudo o que está ao alcance. “Quando não for mais possível, entreguemos na mão de Deus”.

O ex-presidente relembrou de sua trajetória política e do governo que administrou de 2018 a 2022. Afirmou que, em 2020, com a pandemia, o Poder Executivo fez o “possível para atender a todos no Brasil”. Citou o pagamento do auxílio emergencial para 68 milhões de pessoas.

O ATO

As ruas da avenida Paulista começaram a ser tomadas pelos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o ato deste domingo (25.fev.2024). Embora o evento estivesse previsto para 15h, manifestantes vestidos de verde e amarelo e com a Bandeira do Brasil começaram a se reunir em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) por volta das 9h.

O grupo se concentrou no principal trio, o “Demolidor”, onde o ex-chefe do Executivo e aliados discursaram. Os apoiadores entoaram músicas evangélicas, como “Porque ele vive”, interpretada por André Valadão, além de gritos de guerra, como “Eu vim de graça” e “Volta, Bolsonaro”

A segurança do ato foi reforçada com o uso de drones e câmeras físicas e móveis do sistema Olho de Águia.

O esquema de policiamento na região teve 2.000 agentes, segundo informações da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

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Divulgação – 25.fev.2024

Croqui da manifestação em prol de Bolsonaro na avenida Paulista

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