O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou nesta 6ª feira (23.mai.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava “abatido” depois da derrota nas eleições de 2022, mas não mencionou qualquer intenção de romper com a ordem democrática.
“Na noite em que perdemos a eleição, tentei falar com o presidente, mas ele estava abatido. Na 2ª feira, estivemos no Palácio do Planalto para avaliar os motivos da derrota”, relatou Mourão em depoimento à 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo o congressista, em nenhum dos encontros com Bolsonaro houve menção a ações que visassem “romper o status quo”.
O senador prestou depoimento como testemunha do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Ele também foi arrolado como testemunha pelas defesas de Jair Bolsonaro e dos generais Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Mourão afirmou ainda que, no dia seguinte ao 2º turno, disse ao então presidente que entraria em contato com o vice eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para iniciar o processo de transição de governo.
Segundo o senador, Bolsonaro estava “pronto” para entregar o cargo ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao ser questionado sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, Mourão disse que estava em casa, “dentro da piscina”, e afirmou não ter conhecimento de qualquer envolvimento de Bolsonaro ou de ex-integrantes do governo nas ações que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes.
