Bancada do PDT na Câmara rompe com o governo após saída de Lupi

A bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu romper com o governo em reunião nesta 3ª feira (6.mai.2025), depois da saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, por causa das investigações de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

A reunião foi realizada na casa do líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), em Brasília, às 9h. Lupi participou da reunião que, segundo Heringer, “foi dura”. A bancada é formada por 17 deputados.

Os congressistas decidiram que serão “independentes”. Heringer disse a jornalistas na sala do PDT na Câmara que o rompimento não significa que o partido será oposição. Tem que tomar cuidado nos movimentos que a gente faz para não parecer que estamos escolhendo o outro lado. Estamos escolhendo o nosso lado”, declarou.

O líder já havia dito ao Poder360, quando o ex-ministro ainda estava no cargo, que “demitir Lupi seria demitir o partido”.

O congressista também defendeu que o partido não indicasse substituto para o cargo porque avaliava que o Ministério da Previdência “só traz ônus” e que o partido precisava de outra função, por apoiar “fielmente” o governo.

Lupi acabou pedindo demissão do ministério. O pedetista foi aconselhado por deputados a deixar o cargo, sob a condição de que alinhasse o discurso de que as fraudes começaram no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as apurações ficaram a cargo do governo petista.

Em seu lugar, Wolney Queiroz, ex-líder do PDT na Câmara, foi nomeado, em movimento contrário ao que era defendido por Heringer. O governo também ainda não deu indicações de que dará outra função para o partido na Esplanada dos Ministérios.

O Poder360 apurou que o rompimento é exclusivo da bancada na Câmara e não passou pelos senadores. No Senado, o PDT e o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, formam um bloco.

OMISSÃO

As atas das reuniões do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) mostram que Lupi foi alertado sobre o aumento de descontos não autorizados em aposentadorias em junho de 2023, mas levou 10 meses para tomar alguma providência.

Segundo os documentos disponíveis no site do conselho, a 1ª vez que o tema surgiu em reunião foi em 12 de junho de 2023, mas o item só foi incluído na pauta da reunião de 24 de abril de 2024.

Lupi era presidente do conselho, que reúne a cúpula do ministério, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais.

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