O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou a declaração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Israel como uma “fala criminosa”. A afirmação do ex-mandatário foi feita em uma entrevista à CBN Recife.
“Uma fala criminosa. Não é infeliz, não. É criminosa, que ofendeu não apenas os judeus, ofendeu a humanidade. O que aconteceu na Segunda Guerra, com a eliminação em câmaras de gás de judeus, não existe na história do mundo. E o Lula compara o Exército de Israel com os nazistas. Chocou o mundo”, disse.
No último domingo, durante entrevista coletiva na Etiópia, Lula afirmou que o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um “genocídio” e fez alusão à matança de judeus comandada por Adolf Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse ele.
Diante da repercussão do caso, Bolsonaro questionou ainda o impacto futuro para o Brasil. “Nós vamos ficar com quem no mundo pro futuro, com ditaduras e vamos nos afastar do mundo democrático e evoluído? É uma fala que não cabe a um presidente da República, além de demonstrar desconhecimento sobre o que foi o Holocausto.”
A declaração do presidente também foi amplamente criticada pelo governo israelense, que atribuiu o título de “persona non grata” a Lula, enquanto não houver retratação.
À CNN, o assessor especial de assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, afirmou que o presidente não pedirá desculpas.
“Sempre tratamos de maneira muito respeitosa e defendemos a solução de dois Estados, mas não tem nada do que se desculpar. Israel é que se coloca numa condição de crescente isolamento”, afirmou Amorim.
Procurado pela CNN, o Palácio do Planalto informou que não comentará as declarações.
Este conteúdo foi originalmente publicado em “Fala é criminosa, não infeliz”, diz Bolsonaro sobre comentário de Lula em relação a Israel no site CNN Brasil.