O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), afirmou que a candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a Presidência em 2026 “se consolida cada dia mais”. O republicano tem sido cotado como um possível nome da direita para a disputa caso seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), continue inelegível.
“O cenário político acaba nos empurrando para caminhos que nem esperávamos ou para os quais não estávamos nos preparando. Isso pode acontecer”, afirmou Ramuth em entrevista publicada nesta 6ª feira (28.mar.2025) no jornal Estadão.
Segundo o vice-governador, apesar das negativas de Tarcísio em concorrer ao pleito nacional e da insistência do ex-presidente em se manter como possível candidato em 2026, a conjuntura política pode favorecer a candidatura do atual governador. “Muitas vezes [a política] não segue nossos desejos”, declarou.
Ramuth também falou sobre a discordância de Tarcísio em relação a alguns temas defendidos por Bolsonaro, como a eficácia da Justiça Eleitoral. Na 5ª feira (20.mar), o governador disse que o país é uma “referência” no tema. Segundo o vice-governador, o assunto marca divergência entre as duas figuras.
BOLSONARO VETA TARCÍSIO DA PRESIDÊNCIA
Sempre que questionado sobre um possível substituto para disputar o pleito nacional de 2026, Bolsonaro tem reforçado que ele será o candidato possível. O ex-presidente não pode ser eleito em cargo político até 2030, conforme decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), devido a abuso de poder político.
Durante um evento em São Paulo, em 11 de março, o ex-presidente vetou mais uma vez a candidatura de Tarcísio de Freitas para a presidência. Bolsonaro diz que o aliado tentará a reeleição no cargo estadual, afirmação também confirmada pelo próprio republicano.
O ex-presidente declarou que sua inelegibilidade é uma “negação à democracia”, fruto de perseguição política.
“Nós 2 seremos candidatos. Ele [Tarcísio] vem para a reeleição e eu para presidente. Eu não aparecer como candidato é uma negação à democracia. Que crime que eu cometi? Se reunir com embaixadores?”, afirmou o ex-presidente.
Em tom de brincadeira, disse que Tarcísio estará em seu testamento como sucessor e que o governador é uma “grande promessa” para o futuro.