“Sanguinários”, grita defesa de Filipe Martins em julgamento de golpe

O juiz aposentado e advogado Sebastião Coelho, que representa o ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, gritou “sanguinários” no Anexo 2 do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 3ª feira (25.mar.2025), onde se dá o julgamento que avalia se Bolsonaro se tornará réu na Corte.

Ele tentou entrar no julgamento enquanto Moraes fazia a leitura do relatório, por volta das 10h. Contudo, precisou se retirar e começou a proferir as palavras contra os que o continham.

Segundo a comunicação do STF, Sebastião Coelho não se credenciou previamente para participar do julgamento, ainda que “houvesse a orientação de credenciamento prévio por parte de advogados”. Ele foi, portanto, encaminhado para acompanhar da 2ª Turma.

Assista (3min5s):

JULGAMENTO

A 1ª Turma do Supremo aprecia desta 3ª feira (25.mar) até 4ª feira (26.mar) a denúncia contra Bolsonaro e 7 aliados. Os ministros decidem se há elementos fortes o suficiente para iniciar uma ação penal. Caso aceitem a denúncia, os acusados se tornam réus.

O julgamento se refere só ao 1º dos 4 grupos de denunciados. Trata-se do núcleo central da organização criminosa, do qual, segundo as investigações, partiam as principais decisões e ações de impacto social. Estão neste grupo:

  • Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.

PRÓXIMOS PASSOS

Se a denúncia for aceita, dá-se início a uma ação penal. Nessa fase do processo, o Supremo terá de ouvir as testemunhas indicadas pelas defesas de todos os réus e conduzir a sua própria investigação. Terminadas as diligências, a Corte abre vista para as alegações finais, quando deverá pedir que a PGR se manifeste pela absolvição ou condenação dos acusados.

O processo será repetido para cada grupo denunciado pelo PGR, que já tem as datas marcadas para serem analisadas. São elas:

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