Político de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram nesta 6ª feira (21.mar.2025) o voto do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para condenar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou “perdeu, mané” na estátua da Justiça durante o 8 de Janeiro, a 14 anos de prisão.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) declarou no X (ex-Twitter) que Moraes “é um dos piores brasileiros que já passou por esse país”. Os congressistas de direita pressionam por anistia aos envolvidos nos atos extremistas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, em 2023.
Nikolas compartilhou ainda uma ilustração crítica em referência à anistia pelos atos durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) e o que chamou de “democracia relativa” no caso de Débora, que usou um batom para vandalizar a estátua.
Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a pena era “desumana” e “inacreditável”. Escreveu: “Débora, mãe de 2 filhos, conta com Deus e depois o Congresso para que tamanha injustiça tenha um fim com aprovação da anistia”.
Eis abaixo outras reações:
- Carlos Jordy (PL-RJ), deputado federal:
- Filipe Barros (PL-PR), deputado federal:
- Gustavo Gayer (PL-GO), deputado federal:
ENTENDA
Moraes pediu que sejam cumpridos 12 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, e 1 ano e 6 meses de detenção, quando o regime cumprido é obrigatoriamente semiaberto ou aberto. Eis a íntegra do voto (PDF – 4,5 MB).
O voto do relator é para condenar a ré a todos os crimes imputados pela PGR (Procuradoria Geral da República) contra ela. Os delitos são os mesmos atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos outros 33 acusados de tentarem um golpe de Estado em 2022.
São eles: associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
Débora Rodrigues dos Santos se tornou ré pela 1ª Turma do STF em 9 de agosto de 2024, por unanimidade. O mesmo colegiado, agora, analisa a sua condenação até a 6ª feira (28.mar). A turma é formada por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
A mulher está presa preventivamente desde 17 de março de 2023, por ordem de Moraes. Tem 2 filhos.
Ela foi detida pela PF (Polícia Federal) na 8ª fase da operação Lesa Pátria, que tinha como alvo os participantes dos atos do 8 de janeiro de 2023.