Responsável pelo caso que envolve a delação premiada de Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, mencionou durante novo depoimento do militar que ele poderia regressar à prisão caso continuasse com as “omissões e contradições”.
O depoimento de Cid em questão, que teve sua gravação liberada por Moraes nesta quinta-feira (20), aconteceu em 2024. Ele fechou um acordo com a Polícia Federal (PF) em setembro de 2023.
Além da possibilidade do tenente-coronel ser preso novamente, o ministro também mencionou que a sua família poderia ser afetada caso permanecesse omisso nos depoimentos.
O acordo firmado envolveu alguns benefícios pelo depoimento do militar. Entre eles, uma ação da PF para protegê-lo e respectivos familiares, e a extensão dos privilégios acordados ao seu pai, sua esposa e sua filha maior.
Isso inclui a restituição de bens e valores apreendidos, além de um perdão judicial ou pena privativa de liberdade não superior a 2 anos.
Alexandre de Moraes: Essa audiência foi prorrogada por mais uma tentativa de permitir ao colaborador [Mauro Cid] que preste as informações verdadeiras. Já há o pedido da Polícia Federal, já há o parecer favorável da Procuradoria-Geral da República por imediata decretação da prisão, do retorno à prisão do colaborador. Então aqui, é importante e, exatamente por isso, possibilitar uma reflexão maior do colaborador com seus advogados para que esclareçam omissões, contradições da sua colaboração, sobre pena não só da decretação de prisão como também da cessação e consequente rescisão da colaboração, eventual rescisão, que englobará, inclusive, a continuidade das investigações de responsabilização do pai do investigado, de sua esposa e de sua filha maior. Eu gostaria de saber se o colaborador está plenamente ciente das consequências da manutenção dessas omissões e contradições.
Mauro Cid: Sim, senhor.
Confira os benefícios da delação premiada de Mauro Cid:
- Perdão judicial ou pena privativa de liberdade não superior a 2 anos
- Restituição de bens e valores apreendidos
- Extensão dos benefícios para pai, esposa e filha maior, no que for compatível
- Ação da Polícia Federal visando garantir a segurança do colaborador e respectivos familiares
Este conteúdo foi originalmente publicado em Moraes diz que Cid poderia voltar à prisão por omissão em acordo; veja no site CNN Brasil.