“Todo cidadão tem direito a defesa”, diz Alcolumbre sobre Bolsonaro

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), falou em uma coletiva de imprensa, ao chegar para a 1ª sessão deliberativa do Senado nesta 4ª feira (19.fev.2025), que o seu papel como senador e presidente da Casa Alta é “não polemizar mais uma questão política” e “ter a confiança no judiciário”, referindo-se à denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o ex-presidente do Jair Bolsonaro (PL) sobre um suposto golpe de Estado nas eleições de 2022.

“O que cabe a mim, como senador da República, presidente do Senado e chefe de um Poder é não politizar mais uma questão jurídica. Não polemizar mais porque o nosso país não precisa mais desses embates de radicalismo, nem de um lado, nem de outro. E ter a compreensão e a confiança que no judiciário se tratará dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação brasileira e pelas leis, com imparcialidade, com cautela. Não é adequado transformar em um procedimento político e eu não vou fazer isso e não vou dar cabimento a isso com uma manifestação minha talvez inadequada me metendo onde não é do poder e da política”, disse.

Alcolumbre também falou que é importante “separar questões políticas das questões jurídicas” e que não tem conhecimento sobre todo teor da investigação, já que grande parte [da investigação] estava em segredo de justiça e que todo cidadão tem direito à defesa para provar a inocência no decorrer do processo.

“Do ponto de vista político e pessoal, inclusive, e eu sei que isso é também da grande parte dos senadores, com o qual eu conversei de ontem para hoje, é ao meu entendimento do ponto de vista legal, que todo cidadão teve o direito à ampla defesa e ao contraditório para que ele possa provar a sua inocência no decorrer do processo”, disse.

Já ao ser questionado sobre a anistia –projeto que concede perdão às pessoas que depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro– Alcolumbre disse que “não é um assunto que estamos debatendo” e que o assunto causa divisões na sociedade.

“Isso não é o assunto que nós estamos debatendo. Quando a gente fala desse assunto a todo instante, a gente tá dando de novo a oportunidade de nós ficarmos na nossa sociedade dividindo o assunto que não é o assunto dos brasileiros”, disse.

Denúncia da PGR a Bolsonaro

Paulo Gonet, procurador-geral da República, apresentou uma acusação formal contra o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas investigadas por suposta conspiração para impedir a transferência de poder após o pleito presidencial de 2022 –que teve como vencedor o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A acusação completa foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF (Supremo Tribunal Federal). Entre os acusados estão também o general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Bolsonaro, e o ex-assistente presidencial Mauro Cid.

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