O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) disse nesta 4ª feira (29.jan.2025) que há deputados da oposição insatisfeitos com a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara pela articulação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O congressista gaúcho concorre contra Motta e disse, em entrevista ao Poder360, que além de integrantes da oposição mais ferrenha ao governo Lula, deputados de outros partidos também já acenaram à sua candidatura.
“Há aqueles que votarão em mim de uma forma secreta. Por quê? Porque temem retaliação e porque querem ter um voto de consciência naquilo que realmente acredito. Ou um voto, talvez, contra o que aconteceu no processo que levou à consolidação da candidatura de Hugo Motta”, disse em entrevista.
Como adiantou este jornal digital, o tema central é o manejo do PL da anistia aos presos pelos atos extremistas do 8 de Janeiro. Motta, que tem o apoio de 18 bancadas e do atual presidente Artur Lira (PP-AL), se comprometeu a dar seguimento ao tema –central para o PL (Partido Liberal) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao mesmo tempo, o deputado paraibano teve o aval dos governistas, que são contrários ao perdão às pessoas condenadas pelos atos extremistas na Praça dos Três Poderes. A leitura de van Hattem é que há uma “contradição” na condução de Motta sobre o tema.
“Nós temos uma pauta muito clara, diferentemente do candidato Hugo Motta […] só para falar da anistia, por exemplo, na direita se diz que a candidatura dele vai garantir a aprovação do projeto, o PT diz que isso não estava acertado e ele não diz nada a respeito”, disse van Hattem.
Antes do ano legislativo de 2024 ser encerrado, Lira tirou o projeto da tramitação da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), determinando a instauração de uma comissão especial –cujos trabalhos ainda não foram iniciados.
A manobra atrasou a tramitação e irritou a ala mais “radical” da oposição. Foi visto como um movimento em favor de Motta para pavimentar o apoio do governo à candidatura. Apesar disso, caciques do PL, incluindo o ex-presidente, defendem a candidatura do escolhido por Lira.
Integrantes da direita tem repetido que o PL terá a 1ª vice-presidência da Mesa Diretora. Isso permitiria, segundo eles, pautar a anistia na ausência de Motta.
