Os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) formam, pela 1ª vez no governo, maioria na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decide a taxa básica de juros. O encontro é realizado nesta 3ª feira (28.jan.2025) e na 4ª feira (29.jan). Dos 9 assentos que integram o colegiado, só 2 foram nomeados por Jair Bolsonaro (PL). A alta de 1 ponto percentual na Selic é um consenso entre os agentes do mercado financeiro.
A lei de autonomia do BC (Banco Central), sancionada em 2021, implementou mandatos para os integrantes. Duram 4 anos e acabam de forma em períodos intercalados. Em 2024, encerraram 3 mandatos:
- Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central;
- Otavio Damaso, ex-diretor de Regulação;
- Carolina de Assis Barros, ex-diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta.
Eles foram substituídos por:
- Gabriel Galípolo, ex-diretor de Política Monetária e agora presidente do BC;
- Gilney Vivan, diretor de Regulação;
- Izabela Correia, diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta;
- Nilton José David, diretor de Política Monetária.
O ano de 2025 será o 1º desde a sanção da autonomia operacional do Banco Central em que o governo eleito indica mais diretores que o governo anterior.
Lula e aliados do governo criticaram o ex-presidente do BC diversas vezes em 2023 e em 2024. Campos Neto foi indicado por Bolsonaro, adversário político de Lula. O economista deixou o cargo em dezembro e disse que todas as decisões de política monetária foram técnicas.
Os indicados de Lula só divergiram uma vez de Campos Neto de 2023 a 2024 nos votos de política monetária. Galípolo disse em dezembro de 2024 que os diretores indicados por Lula tiveram voto com peso maior nas últimas duas reuniões do Copom. O período coincide com o período em que o BC teve decisões mais duras –com alta de 1 ponto percentual na Selic e sinalização de juro a 14,25% ao ano em março.
SELIC MAIS ALTA
O Poder360 já mostrou que as projeções dos agentes financeiros indicam uma taxa Selic de 13,25% ao ano a partir de 4ª feira (29.jan.2025). As estimativas para a inflação subiram para 5,50% para o fim de 2025.
