Durante a reunião com ministros no dia 5 de julho de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou aos presentes que o encontro não estava sendo gravado.
A indicação foi dada em resposta a um questionamento feito pelo ex-ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) Wagner Rosário no momento em que falava sobre auditoria das urnas eletrônicas.
“Essa junção de Polícia Federal, Forças Armadas e CGU tem que fazer urgente, urgente. As outras equipes, a gente [precisa] chegar a um consenso assim… tem que ser, porque já não temos garantia disso. E aí já não são as Forças Armadas falando, são três instituições. A gente tem que se preparar para atuar como força-tarefa nesse negócio”, afirmou Bolsonaro.
Nesta hora, Rosário faz uma interrupção na fala e questiona: “a reunião está sendo gravada?” O então ministro da Casa Civil Walter Braga Netto responde que “não” e faz o sinal negativo com a mão. Bolsonaro repete o sinal e diz: “eu mandei gravar a minha fala”.
As imagens da reunião fazem parte das investigações da Polícia Federal que desencadearam a operação Tempus Veritatis, que apura, entre outros fatos, um “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”.
A apuração aponta que esse núcleo atuava na “produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado”.
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