Empenhado em isolar o bolsonarismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou nos últimos meses acenos na direção de Michel Temer (MDB). Os dois não conversaram diretamente, segundo interlocutores ouvidos pela CNN. Mas o vaivém de recados vem sendo feito por ministros e aliados próximos do presidente.
A relação entre o governo Lula e Temer esbarra no histórico do impeachment de Dilma Rousseff, que costuma se referir ao ex-presidente emedebista como golpista. A figura de Temer também enfrenta forte resistência em setores do PT, pelo mesmo motivo.
Lula, entretanto, vem dando sinais sucessivos de pragmatismo, com o objetivo de consolidar a relação com partidos de centro, na esperança de isolar na oposição o ex-presidente Jair Bolsonaro e o PL.
Temer, segundo interlocutores, tem acenado positivamente na direção do governo. Ontem à noite, o ex-presidente esteve no programa WW. O emedebista fez uma fala em defesa da pacificação e enxergou na operação da Polícia Federal contra Bolsonaro e aliados um combustível para a polarização.
“Imagine o governo Lula nos próximos dois, três anos, deblaterando o governo anterior ou anteriores. É preciso mensagens de pacificação”, disse Temer.
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