O general Braga Netto ficará sob custódia do Exército após ser preso neste sábado (14). O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) está no Comando da 1ª Divisão de Exército, que integra o Comando Militar do Leste (CML).
Braga Netto foi comandante Militar do Leste entre 2016 e 2019. Portanto, o ex-ministro ficará detido na sede militar em que já comandou, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
“O Exército vem acompanhando as diligências realizadas por determinação da Justiça e colaborando com as investigações em curso”, diz a Força Armada em nota.
Financiamento
Os investigadores indicam que o general Walter Braga Netto entregou dinheiro a um “kid preto”. A suspeita é que os valores fossem para financiar a ação que planejava matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).
Em seu depoimento, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid disse que Braga Netto entregou o dinheiro ao major Rafael de Oliveira, preso na Operação Contragolpe, em uma sacola de vinho. De acordo com Cid, o general obteve o dinheiro utilizado para financiar a tentativa de golpe com o “pessoal do agronegócio”.
Dados sigilosos
Segundo a Polícia Federal (PF), Braga Netto atuou “dolosamente” para obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Ainda de acordo com as investigações, o ex-ministro de Bolsonaro tentou obter dados sigilosos da delação premiada de Mauro Cid por meio de Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens.
A decisão do STF diz também que a PF encontrou na sede do PL, partido do ex-presidente, um documento com perguntas e respostas acerca da colaboração premiada de Cid. O material estava sob a mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, que também foi alvo da operação neste sábado.
A CNN procurou a defesa de Braga Netto, mas ainda não houve retorno.
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