O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, em seu perfil no X (ex-Twitter) nesta 5ª feira (5.dez.2024) após Andrei dizer a jornalistas que não existe imunidade absoluta a congressistas.
A fala diz respeito ao indiciamento dos deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), depois de terem criticado, em 14 de agosto, na tribuna da Câmara, o delegado da PF Fábio Schor, que conduz investigações mirando aliados de Bolsonaro.
“Era só o que faltava: o diretor-geral da Polícia Federal agora acha que pode ‘rebater’ e ensinar ao presidente da Câmara dos Deputados o que é imunidade parlamentar, o que é liberdade de expressão e o que os deputados podem ou não falar na tribuna”, afirmou Bolsonaro.
Ele também prestou solidariedade ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e aos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) –autor das declarações que foram repetidas por Silva, levando ao indiciamento–, Van Hattem e Cabo Gilberto.
Bolsonaro também ressaltou a necessidade dos congressistas afirmarem a independência do Poder Legislativo e exigirem respeito às suas prerrogativas. Afirmou ainda que Andrei não pode continuar exercendo uma função “contaminada por questões ideológicas e político-partidárias”.
“Um subordinado do Executivo está desrespeitando o presidente da Câmara, ignorando a separação de poderes, se intrometendo em questões internas ao Legislativo e afrontando diretamente um dos direitos mais sagrados da democracia: a palavra livre dos representantes do povo. […] Se essa postura não for corrigida com a força e a legitimidade do Parlamento, em breve a situação poderá se tornar incontornável”, afirmou Bolsonaro.
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ENTENDA
Na 4ª feira (4.dez), Andrei afirmou em uma coletiva com jornalistas que “alguns” querem uma imunidade absoluta inexistente para “cometer crimes”, em referência ao indiciamento dos deputados Van Hattem e Cabo Gilberto Silva.
Ele também rebateu as críticas de Lira, que classificou as ações da corporação como “preocupante” e disse que a Casa Baixa irá aos “últimos limites para responsabilizar qualquer um que abuse de autoridade ou interfira na liberdade parlamentar”.
“O presidente Arthur, no seu papel de líder, é natural que ouça os seus pares e que adote as iniciativas que entenda razoáveis. E, do lado da PF, nós vamos seguir fazendo aquilo que fazemos”, afirmou o diretor-geral.