O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, afirmou na última 3ª feira (12.nov.2024) que seguirá como candidato à Presidência da República até que sua “morte política seja anunciada para valer”.
Em entrevista ao Metrópoles, Bolsonaro afirmou que acredita que poderá reverter sua inelegibilidade na Justiça ou no Congresso. De acordo com o ex-presidente, a esperança de que o Legislativo possa ajuda-lo está relacionada aos “ventos da democracia”, que estão beneficiando a direita ao redor do globo, como nos Estados Unidos e Argentina.
“A resposta é a mesma: essa partícula ‘se, caso, talvez’ não existe. Eu sou candidato até que a minha morte política seja anunciada para valer. Eles não têm argumento para me tirar da política. A não ser o poder, a força de arbitrariedades contra a minha pessoa. Repito: qual a acusação contra mim? Que eu fiz de errado para não disputar uma eleição? E, se eu sou tão mal assim, deixa eu disputar para perder. É muito simples. Ou estão com medo da minha candidatura?”, declarou Bolsonaro.
O ex-presidente disse ainda que “não errou” nas situações que o tornaram inelegível, a participação em uma manifestação em 7 de setembro de 2022 e uma reunião com embaixadores em que criticou as urnas eletrônicas.
Bolsonaro comentou também sobre uma possível ajuda de Donald Trump nas eleições brasileiras de 2026, argumentando que o presidente eleito dos Estados Unidos se preocupa com o avanço da esquerda na América do Sul. Apesar de não estar dialogando com Trump atualmente, Bolsonaro disse que seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem encabeçado as conversas com o republicano.
“Eu não tenho essa liberdade toda para conversar com ele, apesar de conhecer alguns assessores, que estão sendo pré-anunciados para compor seu gabinete. Mas acredito que ele tenha um interesse enorme no Brasil, pelo seu tamanho, pelas suas riquezas, pelo que representa o nosso povo. E como um país que realmente possa aqui, como exemplo, desequilibrar positivamente para a democracia, para a liberdade, toda a América do Sul”, disse.