O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento na manhã desta terça-feira (5), por mais ou menos uma hora, à Controladoria-Geral da União (CGU), no âmbito da investigação que apura a conduta do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, durante as eleições de 2022.
O ex-presidente respondeu 9 perguntas durante a comissão, segundo fontes ouvidas pela CNN.
Bolsonaro foi questionado se ele pediu que Silvinei Vasques atuasse em benefício dele durante a campanha. Ele respondeu que não.
O ex-presidente também foi questionado se ele pediu a Vasques que fizesse campanha para ele. Também negou.
Outro ponto do interrogatório foi o desfile de 7 de Setembro, em que Vasques esteve ao lado do então presidente. Ele teria dito que era algo de praxe, Silvinei, como chefe de uma instituição, estar ao lado da autoridade maior hierarquicamente.
O depoimento foi por videoconferência e o nome de Bolsonaro foi indicado pela defesa de Vasques como testemunha.
Além de Bolsonaro, Silvinei indicou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, como testemunha. No caso dele, o depoimento deverá ser por escrito. Os dois não podem manter contato, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
A partir desses depoimentos, a comissão da CGU vai dar um parecer se Silvinei teve desvio funcional enquanto era chefe da PRF ou não.
Processo
Silvinei Vasques começou a ser investigado ainda na Corregedoria da PRF. O processo foi requisitado pela CGU. Ele é alvo por ter pedido, abertamente, votos em Bolsonaro ao longo da campanha presidencial de 2022, além de ter presenteado o então ministro, Anderson Torres, com uma camisa do Flamengo que estampava o número 22 – usado pelo ex-presidente nas urnas.
Como chefe da instituição, ele participou de eventos públicos, concedeu entrevistas e fez publicações em redes sociais a favor de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
O caso pode levar de advertência à cassação da aposentadoria dele como policial.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Bolsonaro diz à CGU que ex-chefe da PRF nunca atuou em benefício dele nas eleições no site CNN Brasil.