O PT elegeu 248 prefeitos nas mais de 5.000 cidades brasileiras no 1º turno das eleições domingo (6.out.2024). O resultado é melhor do que o obtido pela legenda no 1º turno de 2020, quando foram 182, e animou o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pretendia melhorar a representatividade no país durante o governo do petista.
A legenda, porém, não conquistou nenhuma capital e só obteve o comando de duas grandes cidades, aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesse grupo, a sigla ainda concorrerá a 13 prefeituras em 27 de outubro, no 2º turno, sendo 4 capitais. Ou seja, parte considerável dos municípios que ficarão sob o comando do PT a partir de 2025 tem pouca relevância no cenário nacional.
Considerando a hipótese de vencer em todas as disputas no 2º turno, a legenda poderá comanda 264 municípios em todo o país a partir de 2025. O saldo ainda fica longe dos anos dourados, de 2000 a 2012 –quando o partido chegou no auge e conseguiu eleger petistas em 635 municípios. A partir de 2016, sentiu os efeitos da Operação Lava Jato, que investigou e prendeu quadros importantes do PT por corrupção e outros crimes.
O avanço nestas eleições também pode ser considerado ruim, já que Lula, que ocupa o cargo mais alto da República, poderia ter usado sua influência para aumentar o resultado nas prefeituras. Mas o petista se afastou das campanhas municipais. Alegou estar cansado e preocupado com a segurança. Foi defendido por correligionários que alegaram que, como presidente, não poderia entrar de cabeça nas disputas. A primeira-dama Janja Lula da Silva também teve participação considerada aquém do esperado.
Ambos se dedicaram só à campanha de Guilherme Boulos, que é do Psol. Ele disputa a prefeitura de São Paulo. Neste domingo foi ao 2º turno contra Ricardo Nunes, ao ter obtido 29,07% dos votos válidos. Seu adversário obteve 29,48% dos votos válidos.
O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve desempenho melhor que o PT nestas eleições. O partido emplacou 512 prefeitos em todo o país, e terá 23 candidatos no 2º turno.
O cenário consolida o jogo político para a disputa presidencial em 2026. Levando em conta o resultado municipal, Lula sai em desvantagem. O petista deve disputar a reeleição. Embora inelegível, Bolsonaro tenta reverter sua situação. Ainda que não consiga se candidatar, o ex-presidente indicará um nome que poderá carregar seu espólio político.