O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu o seu principal aliado na baixada fluminense, área composta por 13 municípios no Estado do Rio de Janeiro e muito influenciada pelo poder paralelo das milícias (grupos armados que atuam como polícia informal em várias regiões).
Matheus do Waguinho (Republicanos), sobrinho de Waguinho (Republicanos) –que não podia mais se reeleger depois de 2 mandatos– sofreu uma derrota acachapante no 1º turno das eleições para Márcio Canella (União Brasil), candidato de Jair Bolsonaro (PL). Canella teve 62,88% dos votos, contra 35,20% do candidato do Republicanos.
Em 2022, Lula perdeu em todas as cidades da baixada fluminense, mas o apoio de Waguinho em Belford Roxo, que fez uma gestão bem avaliada na cidade, foi importante para que o petista colocasse um pé na região, uma das mais violentas no Estado e um reduto do bolsonarismo. É ali também que as igrejas evangélicas têm grande influência.
A mulher de Waguinho, a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), foi ministra do Turismo de Lula no início do mandato do petista, mas caiu do cargo e foi desfiliada do União Brasil depois da divulgação de fotos suas em redes sociais com integrantes da milícia da baixada fluminense.
Canella foi o deputado estadual mais bem votado no Rio de Janeiro, em 2022. Ele teve sólido apoio de Juracy Alves Prudêncio, o Jura –que é citado na mídia do Rio de Janeiro como líder da milícia “Somos Comunidade”, um dos grupos que atua na Baixada Fluminense.
RESULTADO
Márcio Canella, de 47 anos, foi eleito com 62,88% dos votos válidos –atribuídos a um nome, excluindo-se brancos e nulos–, e Matheus do Waguinho (Republicanos) ficou na 2ª colocação, com 35,20%. Belford Roxo tem 518.263 habitantes, segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
