O cenário eleitoral em São Paulo ganhou um novo e surpreendente contorno com a entrada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela prefeitura. Segundo Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, em entrevista à CNN Brasil, Marçal “se conectou com os conservadores de maneira inesperada”, provocando uma reviravolta nas expectativas para o pleito.
Inicialmente, a estratégia do atual prefeito Ricardo Nunes parecia bem-sucedida, contando com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio Freitas (Republicanos). No entanto, a chegada de Marçal alterou significativamente esse quadro.
Desafio ao domínio bolsonarista
A entrada de Marçal na corrida eleitoral não apenas desafiou as previsões, mas também evidenciou uma possível fragmentação no eleitorado conservador. “Existe uma diretriz muito clara hoje do Bolsonaro de encaminhar um voto no Ricardo Nunes e parece que boa parte dos seus seguidores, dos eleitores passados do Bolsonaro não seguirão essa orientação”, analisa Roman.
O fenômeno Marçal tem se manifestado com força nas redes sociais e nas ruas, caracterizando o que o especialista descreve como uma “guerra cultural”. Essa dinâmica colocou o ex-presidente Bolsonaro em uma posição delicada, oscilando entre ataques e recuos em relação ao novo candidato.
Incertezas e expectativas
A disputa eleitoral em São Paulo agora se encontra em um momento de grande indefinição. Os eleitores enfrentam o dilema entre seguir as orientações de lideranças tradicionais ou optar por novas propostas que emergem no cenário político.
“Vão seguir o seu instinto, vão numa ideia de voto útil, de votar no mais forte no segundo turno contra o Boulos, vão seguir a direção do Bolsonaro. Realmente acho que é um dilema para todos nós e apenas saberemos no fim do dia”, conclui Roman, ressaltando a imprevisibilidade do resultado das urnas.
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