Depois de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propor na 5ª feira (3.out.2024) a criação da Alada, estatal cujo objetivo é explorar a infraestrutura e navegação aeroespaciais, o senador Marcos Pontes (PL-SP) afirmou ao Poder360 que a empresa pode faturar US$ 3 bilhões se capturar a fatia de 1% do mercado global de lançamento de micro e pequenos satélites.
Segundo o congressista, que foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de Jair Bolsonaro (PL), de 2019 a 2022, e atuou para aprovar a Lei Geral do Espaço em 2024, o projeto da Alada foi delineado pela FAB (Força Aérea Brasileira) e o MCTI ainda sob sua gestão, mas a criação da empresa esbarrou nas restrições orçamentárias do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
“A Alada é importante para que o programa espacial brasileiro possa captar recursos com negociações comerciais internacionais para lançamento de foguetes e satélites a partir da Base de Alcântara, no Maranhão, ou outros centros espaciais a serem criados no Brasil“, declarou Pontes a este jornal digital.
De acordo com o Ministério da Defesa, o projeto de lei enviado ao Congresso para criar a Alada “busca a autossuficiência do Brasil em materiais aeronáuticos, espaciais e bélicos“, além de “minimizar a forte dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente para materiais que envolvem tecnologias sensíveis e que sofrem restrições para a exportação“.
O governo não informou os custos previstos com a empresa, que será uma subsidiária da NAV Brasil, estatal criada em 2020 pelo governo Bolsonaro para implementar, administrar, operar e explorar industrial e comercialmente a infraestrutura aeronáutica destinada à prestação de serviços de navegação aérea.
Nos círculos internos, a Alada vem sendo chamada de “Embraer do espaço”, em referência à empresa aeronáutica brasileira criada em 1969, uma das maiores fabricantes de jatos regionais do mundo.