Assédio “se materializa” nos trabalhadores, diz Macaé Evaristo

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, disse nesta 4ª feira (2.out.2024) ter assumido o cargo depois de “momentos um pouco conturbados”. Ela declarou que o assédio “se materializa” nos trabalhadores, que costumam ser “a parte mais frágil da relação”.

A declaração foi feita em entrevista ao programa “Bom dia, ministra”, do Canal Gov. Ao falar do tema, Macaé não citou seu antecessor, Silvio Almeida, acusado de assédio sexual –inclusive contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 6 de setembro. 

Esse tema do assédio é um tema importante para a gente debater”, disse Macaé. “Assédio existe, infelizmente, no nosso país. E ele é fruto de uma construção histórica também. Porque o nosso país é patrimonialista, é machista, é racista”, acrescentou. 

Segundo ela, quando se estabelecem “relações de poder”, o assédio, “muitas vezes”, se “materializa” nos trabalhadores, que são em muitos casos a “parte mais frágil”. 

A ministra disse: “Então, o que eu defendo? Eu defendo que a gente tenha mecanismos institucionais muito bem desenvolvidos e comunicados, para que esses processos tenham a devida apuração”. E completou: “Nós temos no ministério um programa de integridade, que está pronto, publicado. Mas, é preciso que ele se efetive dentro da institucionalidade, porque não adianta só fazer a portaria, é preciso que a institucionalidade encarne esse processo”. 

SILVIO ALMEIDA

Silvio Almeida foi acusado de ter cometido assédio sexual contra várias pessoas. Os relatos foram feitos em uma nota da organização Me Too Brasil em 5 de setembro. Depois da divulgação do caso, Almeida veio à público por meio de um vídeo para se defender das acusações. Na gravação, Almeida afirmou haver um grupo querendo “apagar e diminuir” a sua existência.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça autorizou, em meados de setembro, a abertura de um inquérito para apurar as acusações de assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida. O magistrado é relator de outro processo sobre o mesmo tema.


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