Espionagem na Abin atinge a própria democracia, diz Doria

O ex-governador de São Paulo João Doria (sem partido) criticou no sábado (3.fev.2024) o esquema de espionagem da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Em seu perfil no X (antigo Twitter), se referiu ao caso como uma “grotesca espionagem da ‘Abin paralela’”.

“Minha repulsa a este comportamento sórdido e condenável, não apenas no meu caso, mas de todos aqueles que estavam sendo ilegalmente espionados. A atitude transcende questões políticas e atinge a própria essência da democracia”, declarou.

Na publicação, Doria afirmou que a sua posição em defesa da vacina contra a covid-19 e das medidas protetivas contra a pandemia o colocaram em “posição oposta” a Bolsonaro, então presidente da República.

Neste domingo (4.fev), Doria publicou um vídeo em que chama o esquema de “arapongagem” que, segundo ele, teria sido exercida pela família Bolsonaro.

Assista:

ENTENDA

Doria foi uma das autoridades que teve o seu nome monitorado pela Abin. Além dele, estão na lista também senadores, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e integrantes do próprio governo Bolsonaro, segundo lista revelada pela Band na 6ª feira (2.fev).

Eis a lista divulgada pela Band:

Segundo a PF, mais de 60.000 telefones foram rastreados por meio do software espião First Mile, fornecido pela empresa israelense Cognyte, de 2019 a 2021 –durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ) no órgão. A investigação indica que o monitoramento se deu sem a ciência das operadoras de telefonia e autorização judicial necessária.

LEGAL OU ILEGAL

Agências de inteligência monitoram pessoas. No passado, agentes seguiam quem poderia ser suspeito de ter cometido irregularidades. Hoje, mapeia-se o movimento dos celulares com GPS. A legalidade ou ilegalidade sobre esse tipo de operação é difícil de ser delimitada.

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