O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 4ª feira (28.ago.2024) ter preocupação sobre os efeitos da linguagem utilizada no celular e nos meios digitais sobre a qualidade do conhecimento e da capacidade de ler e escrever da população. O governante afirmou que, atualmente, as pessoas estão “destruindo a força do argumento, que não vale mais nada”.
“Tenho preocupação que essa linguagem de telefone celular vai diminuindo a qualidade do nosso conhecimento, a nossa dificuldade de ler e escrever. Um Tiktok vale mais que um discurso, uma fake news vale mais que a liturgia do papa”, disse Lula em discurso durante o lançamento do livro “Brasil da esperança: o marketing nas eleições mais importantes da história do país”, do marqueteiro de sua campanha à Presidência da República em 2022, Sidônio Palmeira. O evento foi realizado no Museu da República, em Brasília.
Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário, ou outros oponentes, Lula disse que há um atraso civilizatório no país pelo avanço da mentira e da falta de debate na política atual.
Assista (16min14s):
“Essa gente de hoje é um atraso civilizatório no país. São as pessoas que estão destruindo a força do argumento, que não vale mais nada. As pessoas estão sendo educadas a não suportar mais o argumento, as pessoas querem coisas cifradas, rápidas, e de preferência, mentirosas. Porque quando se conta uma mentira, não tem que explicar. Mas quando se conta uma verdade, tem que ter argumento, e ele é demorado, ninguém tem paciência para ouvir”, disse.
O presidente afirmou que uma de suas missões “mais sérias” é cuidar “de trazer para a cabeça de milhões de pessoas a importância da sobrevivência da democracia”. Mencionou a reunião que pretende realizar em 24 de setembro, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), com países democráticos para, de acordo com o petista, discutir como fazer a democracia “sobreviver no planeta Terra”.
Em seu discurso, Lula afirmou que o último pleito “foi a mais importante e mais complicada campanha política da qual participou” porque havia o componente da mentira na estratégia dos adversários, o que de acordo com ele, é muito difícil de combater porque “mentira não tem como explicar”.