Pesquisa Datafolha divulgada nesta 2ª feira (12.ago.2024) mostra que 79% dos eleitores da cidade de São Paulo afirmam haver a possibilidade de fraude nas eleições presidenciais da Venezuela. Outros 8% disseram que o processo eleitoral se deu normalmente, enquanto 13% não souberam responder.
O levantamento Datafolha foi realizado em 6 e 7 de agosto, e ouviu 1.092 pessoas na capital paulista. A margem de erro é de 3 p.p. para mais ou para menos. A pesquisa está registrada sob o código 03279/2024 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Dos entrevistados que disseram acreditar em eventual fraude nas eleições do país vizinho, 89% se declararam apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na divisão por escolaridade, 85% dos entrevistados que veem possível fraude têm ensino superior completo.
O Datafolha também questionou aos eleitores da capital paulista o quanto se sentem informados sobre a situação na Venezuela. 24% dos entrevistados disseram que se sentem bem informados, enquanto 31% mais ou menos informados e 12% mal-informados. Os que disseram não tomar conhecimento dos resultados das eleições venezuelanas representam 33%.
ELEIÇÕES NA VENEZUELA
Em 28 de julho, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão responsável pelas eleições na Venezuela, divulgou que o atual presidente venezuelano Nicolás Maduro obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González, de centro-direita.
A oposição contesta os números, alegando uma vitória de González com mais de 67% dos votos, enquanto Maduro teria recebido 30%. Tanto a oposição quanto observadores internacionais têm criticado a falta de clareza na contagem dos votos. A exigência é por mais transparência no processo eleitoral do país.
MADURO
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 61 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”. Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).