O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes deu 48h para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, expliquem “eventual descumprimento” de ordem sobre contato entre eles ao participarem da convenção que oficializou a candidatura de Ricardo Nunes (MDB) para a disputa da Prefeitura de São Paulo no último sábado (3.ago.2024).
A decisão é desta 5ª feira (8.ago.2024). Foi dada no inquérito que investiga um suposto plano de golpe de Estado em 2022. O caso está em sigilo no STF. Além de Valdemar e Bolsonaro, Moraes comunicou a decisão à PGR (Procuradoria-Geral da República).
Moraes disse que reportagens mencionam a presença de Valdemar na convenção de Nunes. Uma do portal Metrópoles, propriedade do ex-senador por Brasília Luiz Estevão, outra da revista Veja.
Em 8 de fevereiro, na operação Tempus Veritatis, Moraes proibiu o contato entre eles. A medida cautelar também foi ratificada na decisão de soltura do presidente do PL em 10 de fevereiro, depois de ser preso por posse ilegal de arma de fogo.
Bolsonaro e Valdemar pediram o fim da proibição, mas Moraes negou o pedido. Em petição, a defesa do ex-presidente disse que ele é o principal “cabo eleitoral do partido” para as eleições de 2024. Já os advogados do dirigente do partido disseram não haver motivo para eles não se falarem.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
A PF (Polícia Federal) deflagrou em 8 de fevereiro uma operação contra Jair Bolsonaro e aliados por suposta tentativa de golpe na gestão do ex-presidente. A Justiçadeterminou que o ex-chefe do Executivo entregasse seu passaporte à PF.
Veja abaixo os principais alvos da operação:
Os agentes cumpriram 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas, como a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
As buscas foram realizadas nos Estados de Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Em nota, a PF disse que a operação apurou “organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”.
Veja imagens das buscas em Brasília registradas pelo repórter fotográfico do Poder360 Sérgio Lima: