O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança nesta 4ª feira (3.jul.2024) o novo Plano Safra, voltado para o ciclo de produção 2024/2025. O valor do pacote para financiar a produção agrícola será recorde: R$ 475,5 bilhões, conforme já anunciado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Assim como na última safra, o novo plano será dividido em 2. O 1º, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, é o mais tradicional e robusto, voltado para financiar a agricultura empresarial. Já o 2º trata dos produtores familiares. É elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Eis a divisão anunciada:
- Plano Safra empresarial – R$ 400,6 bilhões de crédito, sendo R$ 293,9 bilhões serão custeio e comercialização e R$ 106,7 para investimentos.
- Plano Safra da agricultura familiar – R$ 74,98 bilhões em crédito.
Serão realizados 2 eventos no Palácio do Planalto nesta 4ª feira para lançar os pacotes. Às 11h, Lula anunciará o pacote da agricultura familiar. Às 15h, o plano empresarial.
Segundo levantamento do Poder360, o valor total será o maior da história, superando o recorde anterior de R$ 445,8 bilhões na última safra. Os números foram corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O pacote seria lançado na última 4ª feira (26.jun), mas foi adiado por divergências quanto ao valor. O governo Lula já vinha prometendo um Plano Safra recorde, acima do valor de 2023/2024. Já o setor do agronegócio pressionava um pacote ainda maior, superior a R$ 500 bilhões, mas a cifra não será alcançada.
O tamanho do novo plano, o 2º do governo Lula 3, será um aceno aos ruralistas –setor que não é tão simpático ao presidente e andou de mãos dadas com Jair Bolsonaro (PL) na última gestão.
CUSTO PARA O GOVERNO
O Plano Safra é um programa do governo federal que oferece linhas de crédito e incentivos para apoiar o setor agropecuário. Esse dinheiro é emprestado por bancos públicos, que, depois, recebem os valores de volta. As taxas de juros para o setor são reduzidas e essa diferença é paga pelo governo.
No Plano Safra 2024/2025, o custo com equalização de juros aumentará 23%, para R$ 16,7 bilhões. Essa é a fatia dos juros que será subsidiada, ou seja, bancada pelo governo, o que faz o crédito para o setor ser mais barato.
Para a agricultura empresarial, o Tesouro Nacional aplicará R$ 6,3 bilhões em equalização de juros, em comparação aos R$ 5,1 bilhões da safra atual. Para a agricultura familiar, o governo destinará R$ 10,4 bilhões para abatimento dos juros. Eram R$ 8,5 bilhões na safra atual.