Lula poderia ser hostilizado se fosse à Marcha para Jesus, diz líder

O líder da Marcha para Jesus, apóstolo Estevam Hernandes, afirmou nesta 5ª feira (30.mai.2024) que, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse ao evento, a recepção por parte do público poderia ser hostil. Disse que escolha do petista em não participar foi importante para evitar um possível constrangimento desnecessário.

“Neste momento, há um clima que pode ser hostil a ele [Lula], o que obviamente seria um constrangimento extremamente desnecessário, e acredito que se resguardar nesse sentido é importante”, disse Hernandes em entrevista à Folha de S. Paulo.

O apóstolo afirmou, no entanto, que caso Lula fosse, oraria por ele. “Quer queira, quer não queira, ele é o presidente […] e a Bíblia manda orar pelas autoridades constituídas por Deus, caso dos políticos eleitos em um país”, declarou Estevam Hernandes.

Lula estava ciente da situação. Temendo ser alvo de vaias, enviou em seu lugar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para representá-lo no evento.

No ano passado, Messias também representou Lula e foi vaiado ao citar o petista. “Eu vim dizer para vocês que o nosso povo quer paz e que nós vamos trabalhar pela paz. Esse é o recado que o presidente pediu que eu trouxesse”, disse o ministro na ocasião, momento em que foi possível ouvir a manifestação de alguns dos presentes no evento.

A última pesquisa PoderData mostra que Lula tem agora suas piores taxas de aprovação desde a posse entre católicos e evangélicos.

Dentre os eleitores que se identificam como católicos, 55% declaram “aprovar” o governo petista. A taxa recuou 7 pontos percentuais desde quando Lula assumiu o Planalto, em janeiro de 2023. O percentual dos que desaprovam o governo hoje é de 37%. No início do mandato era de 31%.

A Marcha para Jesus é um evento evangélico e, dentre esse eleitorado, a avaliação de Lula é mais negativa. No entanto, as curvas da trajetória desde a posse não mostram grandes variações.

O petista tem tido dificuldade ao tentar atrair o apoio do público evangélico. O segmento deu apoio maciço ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e em 2022. O ex-chefe do Executivo continua sendo o preferido dos evangélicos, eleitorado que Lula tenta conquistar.

Nesse estrato específico, 61% dos entrevistados dizem “desaprovar” o governo. Eram 56% em janeiro de 2023. A aprovação nesse grupo somava 31% no início do mandato petista. Agora, está em 27%.


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