O bilionário e dono do X (ex-Twitter), Elon Musk, disse em seu perfil na rede social que os brasileiros têm “o direito de ouvi-lo [Bolsonaro] falar”. O ex-presidente participou de uma transmissão ao vivo na plataforma no sábado (4.mai.2024) com o jornalista australiano Mario Nawfal. “Quer você concorde com Bolsonaro ou não, o povo do Brasil tem o direito de ouvi-lo falar”, escreveu Musk.
Durante a live, o ex-presidente afirmou que o objetivo do governo do atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é “destruir a direita no Brasil”. Ele não citou o magistrado nominalmente e se referiu a ele como “um juiz que preside o [TSE] Tribunal Superior Eleitoral”.
Bolsonaro também afirmou que existe uma perseguição do governo federal e do Poder Judiciário contra políticos e perfis de direita. Na visão dele, a imprensa tradicional é aliada da esquerda, enquanto as redes sociais são a única forma da direita combater as narrativas de seus adversários.
O ex-presidente afirmou, ainda, que os manifestantes que participaram do 8 de Janeiro eram “baderneiros sem comando” e voltou a dizer que não teve nenhuma participação na depredação da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Também comparou o episódio à invasão ao Congresso dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021. Segundo Bolsonaro, ambos os acontecimentos foram espontâneos e sem um comando central.
Elon Musk e Alexandre de Moraes tiveram um embate em abril, quando o dono do X perguntou por que o ministro “exige tanta censura no Brasil”. O comentário de Musk veio na sequência de acusações feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger, autor do Twitter Files Brazil, em 3 de abril. Segundo Shellenberger, o ministro tem “liderado um caso de ampla repressão da liberdade de expressão no Brasil”.
No dia seguinte, Moraes determinou a abertura de um inquérito para apurar a conduta de Musk. O magistrado pediu a investigação de possível obstrução à Justiça, “inclusive em organização criminosa e em incitação ao crime”.