A PGR (Procuradoria Geral da República) apresentou uma denúncia contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti, pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Eles são acusados de invadir sistemas do Judiciário e cometerem falsidade ideológica. Eis a íntegra da denúncia (PDF – 8 MB).
O objetivo das invasões seria inserir mandados de alvarás de solturas e mandados de prisão contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, forjando sua assinatura.
Agora, o STF deve decidir se aceita ou não a denúncia oferecida pela PGR para uma ação penal para condenar ou absolver os indiciados. O relator da petição é o próprio Moraes.
O ministro deu 15 dias para que as defesas de Zambelli e Delgatti se manifestem sobre a denúncia. Eis a íntegra do despacho (PDF – 114 kB).
Em nota, a defesa de Zambelli afirma ter recebido com “surpresa” o oferecimento da denúncia e diz que não há prova de que a deputada colaborou, instigou ou incentivou o “mitômano” Walter Delgatti.
“A narrativa dele acusando a Deputada e terceiras pessoas foi desmentida pela própria investigação, e a defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada”, diz trecho da nota. Eis a íntegra (PDF – 175 kB).
O Poder360 também entrou em contato com a defesa de Delgatti solicitando uma manifestação sobre a denúncia apresentada pela PGR, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço está aberto para manifestações.
Entenda
Carla Zambelli, segundo a defesa do hacker, teria pagado ao todo R$ 40.000 para invasão a “qualquer sistema do Judiciário”. Ela nega. Em petição enviada a PF em novembro de 2023, a defesa de Zambelli reforçou a acusação de mitomania de Walter Delgatti Neto. Eis a íntegra (PDF – 1 MB).
Em depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, em agosto de 2023, o hacker reafirmou que o pedido de ataque ao site havia sido feito pela deputada. Na comissão, Delgatti também afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia prometido anistia caso cometesse algum ilícito.
Ariovaldo, advogado do hacker da Vaza Jato, afirmou também que Delgatti forneceu em depoimento à PF detalhes da sala em que esteve no Ministério da Defesa para auxiliar na produção de um relatório sobre fragilidades nas urnas eletrônicas.