Minha relação com Lula está ótima, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta 4ª feira (10.abr.2024) que sua relação com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está “ótima”. Segundo ele, as críticas do petista a sua gestão precisaram ser rebatidas de forma técnica. 

“Do meu lado a relação está ótima. E eu estou à disposição para conversar sempre para qualquer churrasco, qualquer almoço, qualquer jantar […] É importante escutar as críticas e responder de uma forma técnica explicando o que a gente está fazendo”, declarou o chefe do BC em entrevista à Globonews

Lula e seus aliados criticam a política monetária do Banco Central com certa frequência. Costumam argumentar que o país precisa de juros mais baixos para que a economia se mova de forma mais intensa. Aliados menos polidos, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o associam ao bolsonarismo e a uma “ditadura monetária“.

Os comentários continuaram mesmo quando a Selic (taxa básica de juros) já estava em processo gradual de quedas, como quando Lula disse que “não existe nada a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros”. A fala se deu em entrevista ao SBT em 11 de março.

Apesar disso, Campos Neto foi convidado para um churrasco de confraternização do presidente da República em dezembro de 2023.

RELAÇÃO COM HADDAD

Campos Neto afirmou ter proximidade com Fernando Haddad (Fazenda). Também elogiou as tentativas do ministro de tentar controlar as contas públicas do país.

“Acho que tenho uma boa proximidade com o ministro Haddad, que está fazendo um esforço muito grande, um trabalho difícil”, disse Campos Neto.

O presidente do BC foi enfático ao dizer que proximidade com integrantes do governo não tira a autonomia do Banco Central. Fez uma comparação com o governo de Jair Bolsonaro (PL) para exemplificar. 

“Existe uma confusão entre estar próximo e ter autonomia. As pessoas falavam: ‘Você é próximo do governo Bolsonaro’. Mas eu só aceito proximidade desde que não desrespeite minha autonomia. Eu sempre tive e continuo tendo autonomia.”

O mandato de Campos Neto à frente do Banco Central termina em 31 de dezembro deste ano.


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