83% são a favor de cotas em universidades, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (6.abr.2024) mostra que 83% dos brasileiros são a favor de cotas para acesso a universidades federais. O critério racial estabelecido na ação afirmativa, porém, é alvo de crítica da por parte dos entrevistados.

Segundo o levantamento, 41% dos respondentes disseram que o benefício deve ser oferecido para alunos de escola pública, mas sem critério racial, enquanto 42% se disseram a favor da lei em seu formato atual. Outros 15% se posicionaram contra a reserva de vagas em qualquer circunstância.

O Datafolha fez 2.002 entrevistas presenciais em 147 municípios em 19 e 20 de março de 2024. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

A Lei de Cotas (12.711 de 2012) reserva 50% das vagas em universidades federais para alunos de escola pública. Também utiliza critérios raciais e sociais.

Em outubro de 2023, quando a norma completou 10 anos, o Congresso revisou e tornou definitiva a política de cotas para acesso a universidades e instituições federais para estudantes pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, além de alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas.

ESTRATIFICAÇÃO

Os estudantes são o grupo que mais apoiam a lei vigente: 53%. Já os mais velhos estão entre os que mais rejeitam a ação afirmativa. Entre os entrevistados com mais de 60 anos, 21% são contrários a qualquer reserva de vagas e 39% disseram que a lei deve permanecer como está.

Dentre os eleitores que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 2º turno da última eleição, 55% apoiam a Lei de Cotas como está e 8% se dizem contra cotas. Já entre os que preferiram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o apoio aos termos atuais da lei é de 30% e a rejeição total a cotas, 21%.

HETEROIDENTIFICAÇÃO

O Datafolha também perguntou a opinião dos entrevistados sobre as comissões de heteroidentificação, que analisam se os estudantes aprovados com cotas raciais cumprem o requisito. Neste tema, 57% das pessoas avaliaram que essa não é a melhor maneira de verificar se uma pessoa tem ou não direito à vaga.

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