Maioria rejeita anistia a envolvidos no 8 de Janeiro, diz Datafolha

Pesquisa Datafolha divulgada nesta 6ª feira (29.mar.2024) indica que 63% dos entrevistados rejeitam uma anistia para os participantes dos atos extremistras de 8 de janeiro de 2023. Se declararam a favor do perdão 31%; outros 2% se disseram indiferentes e 4% não quiseram opinar.

Foram ouvidas, de forma presencial, 2.002 pessoas acima dos 16 anos em 147 cidades espalhadas pelo Brasil. A pesquisa foi realizada de 19 a 20 de março. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. 

Durante ato público em São Paulo, em 25 de fevereiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a anistia dos “pobres coitados” presos no 8 de Janeiro, quando os prédios públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário foram invadidos e depredados.

Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridade no Brasil. Agora, nós pedimos a todos 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita justiça no nosso Brasil”, declarou Bolsonaro na época. O ex-presidente afirmou que quem depredou o patrimônio público deve pagar, mas que as penas aplicadas “fogem ao mínimo da razoabilidade”.

Dois dias depois, em 27 de fevereiro, Bolsonaro afirmou que o projeto de “perdãonão é de interesse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Executivo não tem interesse em aprovar a anistia, mesmo sabendo de pessoas humildes que estão sendo condenadas com uma pena muito alta. E ele [Lula] se apega a isso como se, agindo dessa maneira, ele evitasse que o Brasil se transformasse em um regime de exceção. Eu entendo exatamente o contrário”, disse o ex-presidente na data.

Em 13 de março, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia declarou que ter uma anistia concedida não parece ser o caso dos presos envolvidos no 8 de Janeiro. À GloboNews, ela disse que o mecanismo deve ser usado apenas em um “sentido humanitário” em penas consideradas “indevidas”.

A magistrada afirmou: “A anistia, portanto, é um instrumento que vem para dar um caráter humanitário para determinadas situações, para penas consideradas indevidas ou desumanas. Não me parece ser o caso [dos envolvidos no 8 de Janeiro]. Mas, se um pedido vier ao STF, será judicializado. Não há assunto proibido”.

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