O PT disse que vai apoiar atos que relembrem a ditadura no Brasil –o golpe militar de 1964 completa 60 anos em 31 de março. A ação do partido vai em sentido contrário à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que mandou o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, cancelar ato que relembraria os “perseguidos” pela ditadura.
O PT declarou, em nota, que, “às vésperas do dia de memória dos 60 anos do golpe de Estado de 1964”, é importante reafirmar “seu compromisso com a defesa da democracia no país, valor presente no DNA originário do partido desde sua fundação”. Por isso, a sigla “apoiará e participará dos atos e manifestações da sociedade previstos para os dias 31 de março e 1º de abril em diversos pontos do país, além das atividades organizadas por sua fundação, a Fundação Perseu Abramo”.
Ao decidir “ignorar” a data, Lula busca evitar tensões com militares e minimizar o destaque dado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) ao 31 de março. O ex-presidente comemorou a data todos os anos da sua gestão.
Lula quer apaziguar as relações do seu governo com militares das Forças Armadas e seus apoiadores —que, em sua maioria, são críticos à presença dos fardados no governo. Segundo apurou o Poder360, o presidente pediu que a data seja tratada com “serenidade” por todos.
O chefe do Executivo vem realizando gestos de aproximação com os militares. Na 4ª feira (27.mar), na cerimônia de lançamento do submarino Tonelero, em Itaguaí (RJ), Lula disse ter “carinho” pelas Forças Armadas do Brasil, que são “altamente qualificadas” para garantir a paz.
“Esse carinho que temos com a Marinha, que nós temos com a Força Aérea Brasileira, com a Aeronáutica e com o Exército brasileiro, porque um país do tamanho do Brasil precisa ter forças armadas altamente qualificadas, altamente preparadas ao ponto de dar respostas e garantir a paz quando nosso país precisar”, declarou Lula na cerimônia.
Nesta 5ª feira (28.mar), o presidente se encontra com os comandantes da Marinha, almirante Marcos Olsen, do Exército, general Tomás Paiva, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno.