Provas colhidas pela Polícia Federal na investigação sobre fraudes em cartões de vacina apontam um possível elo com um suposto plano de golpe de Estado que teria sido liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para a corporação, os documentos falsos permitiriam que o então mandatário –assim como seus auxiliares– deixassem o Brasil enquanto aguardavam a “nova tentativa de golpe”.
“[A inserção de dados falsos de vacinação] pode ter sido utilizada pelo grupo para permitir que seus integrantes, após a tentativa inicial de golpe de Estado, pudessem ter à disposição os documentos necessários para a entrada e permanência no exterior”, disse a PF em um relatório. A corporação indiciou o ex-presidente e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, pela falsificação.
A falsificação dos dados de vacinação integram um dos 5 eixos de atuação criminosa investigados pela Polícia Federal envolvendo Bolsonaro, aliados e ex-assessores no inquérito 4874-DF. São eles:
- ataques virtuais a opositores;
- ataques às instituições, às urnas eletrônicas, ao processo eleitoral;
- tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- ataques às vacinas contra a covid e medidas sanitárias na pandemia;
- uso da estrutura do Estado para a obtenção de vantagens.
É neste último eixo que está a investigação sobre os dados falsos. Também há, nesse eixo, apurações sobre o desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras –que contempla o caso dos relógios de luxo e o das joias– e o uso irregular do cartão corporativo.