O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) acionou a PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta 2ª feira (5.mai.2025) contra o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), depois de ele ter falado que os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderiam ser levados “para a vala”.
A fala se deu durante a entrega do novo colégio estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso, na 6ª feira (2.mai.2025), no distrito de Soares, em América Dourada.
“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo pra vala”, afirmou Jerônimo.
Otoni de Paula diz que as falas de Jerônimo ultrapassam os limites da liberdade de expressão e ingressa no campo penal.
“A permanência da gravação na internet e sua contínua reprodução por diversos canais evidencia a gravidade e o alcance da declaração, que ultrapassa os limites da liberdade de expressão e ingressa no campo penal da incitação pública à prática de crime”.
Além de Otoni, o deputado estadual Diego Castro (PL) protocolou uma representação no STF (Supremo Tribunal Federal), alegando que Jerônimo tem usado seu cargo institucional para fazer campanha permanente contra figuras públicas de direita.
“Jerônimo Rodrigues tem usado seu cargo institucional para fazer campanha permanente contra figuras públicas de direita, especialmente o ex-presidente Bolsonaro. Isso fere o princípio da impessoalidade na administração pública e se aproxima perigosamente da prática de abuso de autoridade”, declarou Diego na denúncia.
Pedido de desculpas
Em entrevista para a imprensa nesta 2ª feira (5.mai), Jerônimo Rodrigues disse que teve a sua fala descontextualizada.
“Quem me conhece sabe, eu sou uma pessoa religiosa, sou uma pessoa de família, eu não vou nunca tratar qualquer opositor com o tratamento deste. Foi descontextualizada, eu apresentei anteriormente a minha inconformação, a minha indignação como o país estava sendo tratado e dei o exemplo da pandemia, quando 700 mil pessoas morreram por conta de atitudes de um governo federal”, justificou o governador.
Jerônimo disse ainda que se o termo vala foi pejorativo ou forte, pedia desculpas.
“Eu apresentei minha inconformação de como o país estava sendo tratado e dei o exemplo da pandemia, se o termo vala foi pejorativo ou forte, eu peço desculpas. Não tenho problemas em registrar se houve excessos na palavra. Não houve intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém”, completou.