Câmara não terá integrante dos Bolsonaros pela 1ª vez em 34 anos

Com a decisão de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de se licenciar do cargo de deputado federal, a Câmara ficará sem um representante da família Bolsonaro pela 1ª vez em 34 anos. O congressista disse na 3ª feira (18.mar.2025) que vai permanecer nos Estados Unidos e “focar na luta por punições justas” ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. 

Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, assumiu como deputado federal pela 1ª vez em 1991. Integrou a Câmara até 2019, quando tomou posse como presidente da República.

Já Eduardo Bolsonaro chegou à Câmara dos Deputados em 2015. Foi reeleito em 2018 e em 2024. Seu mandato atual iria até 2027. 

Na 3ª feira (18.mar), publicou um vídeo em que informou que vai se licenciar temporariamente do mandato de deputado federal. 

Da mesma forma que eu assumi o mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele para seguir bem representando esses milhões de irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão. Irei me licenciar, sem remuneração, para que possa me dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, declarou.

Aqui, poderei focar na luta por punições justas a Alexandre de Moraes e à sua ‘gestapo’ da Polícia Federal. Vocês, homens de geleia, pequenos e vaidosos, não estão acostumados a lidar com homens de convicção. Acharam que iam me chantagear com os benefícios e regalias do cargo? Não poderiam estar mais enganados. Os melhores parlamentares, os verdadeiramente vocacionados, não são figuras caricatas apegadas aos títulos da burocracia”, disse.

Também na 3ª feira (18.mar), Moraes arquivou o pedido de retenção do passaporte de Eduardo Bolsonaro. Mesmo assim, ele disse que não vai retornar ao Brasil. 

Não há a mínima possibilidade de voltar ao Brasil. O Brasil já não é um local seguro para você fazer oposição. Um local onde não há liberdade de expressão. O Alexandre de Moraes, como a gente sabe, é uma psicopata. Então não há a menor possibilidade de eu voltar”, disse Eduardo. 

ENTENDA

Eduardo Bolsonaro foi alvo de uma notícia-crime apresentada pelo líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ).

O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atuou para impedir que o deputado do PL assumisse a Comissão de Relações Exteriores da Casa Baixa por causa da sua proximidade com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). 

Na ação, Lindbergh solicitava a abertura de uma investigação criminal contra Eduardo e pedia a apreensão do seu passaporte. Alegou que o congressista “trabalha contra os interesses nacionais para constranger o Supremo Tribunal Federal”.

Nesta 3ª feira (18.mar), a PGR (Procuradoria Geral da República) se manifestou contra a medida cautelar e recomendou o arquivamento da investigação criminal contra Eduardo Bolsonaro.

Na manifestação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que não havia elementos suficientes que indicassem que o congressista tivesse cometido crimes para justificar a abertura de uma investigação.


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