O almirante Almir Garnier apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 6ª feira (7.mar.2025) a sua defesa e pediu a rejeição da denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) por tentativa de golpe de Estado. Os advogados negam as acusações contra o ex-comandante da Marinha e querem que o caso seja julgado pelo plenário da Corte.
Segundo as investigações da PF (Polícia Federal), Almir Garnier foi o único entre os chefes das Forças Armadas a se colocar à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023.
A investigação afirma que o almirante se ofereceu para mobilizar tropas da Marinha caso Bolsonaro demandasse, enquanto os comandantes da Aeronáutica e do Exército se recusaram a participar da operação.
A PGR denunciou Garnier e outras 33 pessoas, incluindo Bolsonaro, pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio.
Em celulares apreendidos pela corporação durante o inquérito, há conversas do tenente-coronel do Exército Sérgio Cavaliere em que ele que o comandante tinha “tanques no arsenal prontos”.
Em nota, a Marinha negou que tivesse os veículos disponíveis para uma tentativa de golpe. “Em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado democrático de Direito”, diz o comunicado.
Também declarou que os meios navais “nunca foram e nem serão desviados para servir a iniciativas que impeçam ou restrinjam o exercício dos Podres Constitucionais”.
OUTROS DENUNCIADOS
Outros denunciados também apresentaram suas defesas:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente) – criticou a limitação do acesso às provas integrais obtidas pela PF, a relatoria do ministro Alexandre de Moraes e do excesso de documentos. Pediu que o julgamento fosse levado ao plenário e a anulação da delação de Mauro Cid;
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens) – negou ter sido coagido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, pediu a manutenção de todos os termos firmados no seu acordo de colaboração premiada e solicitou absolvição;
- general Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) – alegou que a PGR não demonstrou sua participação no plano golpista e pediu que a transferência do julgamento para a 1ª Instância;
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) – negou atuação para efetivar um golpe de Estado; e
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência, e deputado federal) – pediu a rejeição da denúncia por falta de indícios concretos da sua participação.