Oswaldo Eustáquio é perseguido político, diz Flávio Bolsonaro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que o jornalista Oswaldo Eustáquio, que vive refugiado na Espanha, é “perseguido” pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Ele comparou a situação à do seu pai, que ele também considera perseguido politicamente.

Eustáquio voltou ao noticiário nesta 3ª feira (28.jan) depois que veio à tona que ele terá uma audiência no Judiciário espanhol em 6 de fevereiro para decidir sobre a sua extradição, pedida por Moraes.

Eu acho que o Osvaldo é um perseguido político também, mais um injustiçado. Inclusive perseguiran a filha dele, que é menor de idade“, disse em entrevista ao Poder360.

Assista (5min29s):

Eustáquio é acusado por ameaça, corrupção de menores e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Em 8 de janeiro de 2023, quando um grupo de extremistas invadiu as sedes dos Três Poderes, ele não estava no Brasil. Ele tem 2 mandados de prisão preventiva contra ele.

Em outubro do ano passado, Moraes solicitou a extradição de Eustáquio. Até o momento, não há uma condenação. Para Flávio, essa situação seria compatível com uma regime ditatorial.

É uma distorção de tudo que nós já vimos aqui no Estado Democrático de Direito no Brasil, na nossa democracia. Ela está supostamente sendo defendida por aqueles que estão estuprando a própria democracia. O discurso é bonito. A prática, não“, disse.

Flávio disse, ainda, que Eustáquio deveria ser autorizado a permanecer na Espanha porque Alexandre de Moraes já teria decidido pela sua condenação.

“É uma pessoa que foi investigada no inquérito [das fake news], não foi denunciado pelo Ministério Público, é mais um daqueles alvos pré-determinados do ministro Alexandre de Moraes. Já tem a pena pré-estabelecida e as provas que ele quiser produzir para condenar do jeito que ele quiser no tempo que quiser. Isso é uma coisa que a gente só vê acontecer onde tem ditadura”, disse.

Flávio pediu ajuda ao deputado espanhol Santiago Abascal (Fox, direita) para intervir no caso. “Peço a ele [Santiago] que olhe com atenção para a situação do Oswaldo e faça com que na Espanha seja cumprida a Constituição Federal. O que não está acontecendo aqui no Brasil. O Brasil é motivo de uma vergonha mundial por estar usando a máquina pública para promover a perseguição de opositores políticos“, disse.

Audiência

O jornalista Oswaldo Eustáquio, de 46 anos, vai enfrentar uma audiência de extradição na Espanha em 6 de fevereiro. Considerado foragido, o Judiciário do país europeu vai julgar pedido para que ele seja extraditado para o Brasil.

Na mesma audiência, também será analisada uma solicitação do governo brasileiro para que ele comece a cumprir pena no país. Leia a íntegra do documento (PDF – 231 kB).

Eustáquio foi intimado na 2ª feira (27.jan). Ele tem 2 mandados de prisão preventiva no Brasil emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O jornalista é acusado por ameaça, corrupção de menores e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Em 8 de janeiro de 2023, quando um grupo de extremistas invadiu as sedes dos Três Poderes, ele não estava no Brasil.

Em outubro do ano passado, Moraes solicitou a extradição de Eustáquio. Até o momento, não há uma condenação contra Eustáquio, sequer uma acusação formal.

A defesa de Eustáquio disse, em nota, que a Constituição Espanhola determina que “nenhum estrangeiro será devolvido ao seu país de origem por questões políticas” e que processos de extradição seriam vetados em caso de pedidos de asilo.

Leia abaixo a íntegra da nota da defesa de Oswaldo Eustáquio:

“A defesa de Oswaldo Eustáquio afirma que a Audiência Nacional Espanhola marcou para o dia 6 de fevereiro a audiência do jornalista Oswaldo Eustáquio para decidir sobre o pedido de prisão preventiva solicitado pelo Ministério da Justiça do Governo brasileiro bem como sobre a continuação do pedido de extradição. 

“Na audiência será evocada Constituição Espanhola que prevê que nenhum estrangeiro será devolvido ao seu país de origem por questões políticas.

“Bem como o Decreto Real 12/2009 que expressa que a solicitude de asilo político obsta o seguimento de um processo de extradição em qualquer etapa de que se encontre.

“Dr Ricardo Vasconcellos 

“Dr. Daniel Lucas Romero.”

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