“Ódio tentou sufocar a esperança”, diz Janja em ato do 8 de Janeiro

A primeira-dama Janja da Silva foi a 1ª a discursar durante o evento em 4 atos, organizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para lembrar o 2º ano dos ataques de 8 de Janeiro nesta 4ª feira (8.jan.2025). Janja não tem cargo oficial no governo. Em sua fala, ela afirmou que “o ódio tentou sufocar a esperança” no caso e que a memória é o antídoto para o autoritarismo.

“No dia 1º de janeiro de 2023, vivíamos um momento histórico de esperança e de novos tempos. Vibrávamos que o amor tinha vencido o ódio. Uma semana depois, o ódio ocupou esse espaço tentando sufocar a esperança. Mas eles não conseguiram e, hoje, estamos aqui”, afirmou. Eis a íntegra (PDF – 69kB).

Em cerca de 8 minutos, Janja citou o esforço para reconstruir as obras de arte depredadas durante a invasão do Planalto em 2023. Também elogiou os artistas brasileiros, citando a atriz Fernanda Torres, que venceu o Globo de Ouro pela atuação em Ainda Estou Aqui. O filme retrata o sequestro de Rubens Paiva, ex-deputado, durante a ditadura militar, e os impactos deste fato na família do político.

“O país não aceita mais o autoritarismo. O que aconteceu nessa Praça dos Três Poderes precisa estar na memória do país como um alerta de que a democracia deve ser defendida diariamente, não importa o esforço. Memória é um antídoto contra as tentações autoritárias”, declarou.

E seguiu: “Não houve momento da história em que ações autoritárias aconteceram sem que nossos artistas levantassem a voz em defesa da democracia. Os artistas brasileiros projetam aquilo que o nosso país tem de melhor: sua gente e sua inventividade transformadora e inovadora”.

A fala da primeira-dama também teve recados para o governo que antecedeu Lula no Planalto. Ao citar as obras que foram danificadas e voltam ao palácio restaurados, ela afirmou que o quadro Orixás, de Djanira, estava nos porões do autoritarismo.

“O Palácio do Planalto é um espaço que transcende governos, reafirmando sua essência como um patrimônio coletivo. Nele, encontramos obras e peças como “O Flautista”, de Bruno Giorgi; “Galhos e Sombras”, de Frans Krajcberg; o painel “Orixás”, de Djanira, que em passado recente foi remetido aos porões autoritários”, disse.

Em agosto de 2020, o governo de Jair Bolsonaro (PL) decidiu substituir o quadro “Orixás”, da pintora Djanira (1914-1979), no Salão Nobre.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.