A popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e a articulação do governador Jorginho Mello fizeram o PL dar um salto histórico em Santa Catarina nas eleições municipais deste ano. O partido conquistou 90 das 295 prefeituras catarinenses e tirou o MDB da liderança em número de municípios governados – posição que ostentava desde os anos 1990.
Em nível nacional, no entanto, o PL não teve o mesmo desempenho. No primeiro turno, ficou em quinto lugar no ranking de prefeitos eleitos – à frente do PT, que ficou em nono, mas bem atrás de MDB e PSD, as únicas legendas que elegeram mais de 800 prefeitos.
No domingo, o segundo turno confirmou a dificuldade que o bolsonarismo enfrentou para avançar sobre candidaturas de centro-direta amparadas por amplas alianças. Das nove capitais em que o PL disputou o segundo turno, venceu apenas em Cuiabá (MT) e Aracaju (SE) – onde enfrentou nomes da esquerda. De quebra, perdeu a maior capital do Nordeste, Fortaleza (CE), para o PT em uma eleição disputada voto a voto.
A estratégia de Jorginho
Essa dificuldade nacional de colocar o PL no topo reforça o feito do governador Jorginho Mello em Santa Catarina. Com uma articulação prévia de filiações de pré-candidatos a prefeito, muitos deles com histórico político prévio à ascenção do bolsonarismo, o governador soube utilizar a popularidade de Bolsonaro, mas não ter isso como único atributo eleitoral.
A continuidade dessa estratégia de fortalecimento do PL aliada à capacidade de construir uma aliança que crie um palanque alternativo à direita em Santa Catarina são os desafios que as urnas apresentam para Jorginho Mello no projeto de se reeleger governador em 2026.