O senador Marcos do Val (Podemos-ES) deve depor à PF (Polícia Federal) por suposta obstrução de Justiça. O congressista é suspeito de realizar publicações nas redes sociais que expõem o delegado Fábio Schor, principal responsável pelas investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Não há data para o interrogatório.
Ao Poder360, Do Val disse que “virou palhaçada a tentativa de intimidá-lo” e que “não se curvará” ao que definiu como “violação” à imunidade parlamentar assegurada pela Constituição Federal. Segundo o senador, a advocacia da Casa Alta entrará com uma ação contra o delegado e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
Em ofício supostamente enviado a Andrei Rodrigues, o congressista relata sua “indignação“ e pede “retratação“ sobre “declarações falsas“ atribuídas a ele.
No documento, ameaça “enquadrar“ o diretor-geral da corporação nos crimes de calúnia, difamação e injúria, abuso de autoridade, dentre outros. Eis a íntegra (PDF – 121 kB).
SENADO VIROU SUA CASA
Abrigado por escolha própria no Senado depois de o ministro do STF Alexandre de Moraes bloquear suas contas bancárias por descumprimento de ordens judiciais, Marcos do Val declarou ao Poder360 que dorme no prédio da instituição por medo de ser assassinado e não ter condições de pagar as despesas de seu imóvel funcional.
Perguntado sobre quem teria interesse em matá-lo, o congressista disse que não poderia revelar, mas que temia por sua vida e de sua família –o senador se divorciou há 2 meses e tem uma filha, cuja idade não foi divulgada.
Do Val acredita que pode ser morto porque supostamente “sabe demais”. Disse que houve fraude nas eleições de 2022 e intervenção do FBI para eleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Não apresentou provas.
Em seu gabinete, adornado com katanas (nome dado às espadas usadas por samurais, uma classe de guerreiros já extinta no Japão), réplicas de peças do Império Romano e balas de revólver, o senador declarou ser vítima da perseguição de Moraes, a quem atribui ter “problemas mentais” e ser motivado pelo “ódio”.