O Comando do Exército abriu um inquérito para investigar 4 militares por possíveis crimes na elaboração da carta de golpe de Estado. O documento, segundo a PF (Polícia Federal), teria sido usado por oficiais para pressionar o então comandante da Força, general Freire Gomes, a aderir à tentativa de interferir na transição de poder e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
São investigados Alexandre Castilho e Anderson Lima de Moura, coronéis da ativa. E Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso, oficiais (coronéis) da reserva.
Uma sindicância do Exército investigou a participação de 37 militares na produção, assinatura ou disseminação. Foram punidos 26 com penalidades administrativas, sendo 12 coronéis, 9 tenentes-coronéis, 1 major, 3 tenentes e 1 sargento.
Ao menos 11 militares não receberam nenhuma punição. Segundo o Exército, esses oficiais teriam apresentado justificativas consideráveis e, por isso, não foram punidos.
Leia a íntegra da nota do Exército:
“O Centro de Comunicação social do Exército informa que a sindicância destinada a apurar os fatos em torno da confecção da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” chegou às conclusões que se seguem”.
“37 militares da ativa participaram da ação, produzindo, assinando, ou difundindo a carta, sendo todos ouvidos em processos apuratórios conduzidos por seus comandantes imediatos. Foram punidos 26 militares, devidamente enquadrados à luz do regulamento Disciplinar do Exército (RDE), sendo eles 12 (doze) coronéis, 9 (nove) tenentes-coronéis, 1 (um) major, 3 (três) tenentes e 1 (um) sargento”.
“A sindicância também apurou haver indícios de crime na ação investigada e em função disso, o Comandante do Exército determinou a instauração de Inquérito Policial Militar, onde se encontram inicialmente citados 4 (quatro) militares, todos já arguidos na sindicância”.