Ramagem destinou emenda a pastor de Michelle Bolsonaro

O deputado federal e candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, Alexandre Ramagem, destinou R$ 500 mil em emenda parlamentar para uma organização dirigida pelo pastor Josué Valandro Junior, que é líder da igreja frequentada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação foi divulgada nesta 2ª feira (19.ago.2024) pelo jornal O Globo.

Conforme a publicação, a verba foi designada, em maio, ao Instituto Assistencial Atitude, um dos braços da Igreja Batista Atitude. A solicitação de repasse foi feita pelo pastor ao Ministério do Esporte. Ele argumentou que o valor da emenda seria destinado à criação de um time de futebol amador em uma comunidade terapêutica mantida pela igreja. 

Os R$ 500 mil já foram empenhados (reservados) pelo Ministério do Esporte. O órgão está analisando a documentação fornecida pelo pastor para a liberação do montante. 

Em nota enviada ao jornal, Ramagem disse que a emenda vai ajudar na “melhoria e na ampliação do atendimento de reabilitação de dependentes químicos”. Segundo ele, “acolher e reintegrar” pessoas nessa situação é um “caminho para preservar vidas”. Ele não informou se a emenda foi um pedido de Michelle ou do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Josué Valandro Junior não respondeu aos contatos feitos pela publicação. 

Michelle e o ex-presidente estiveram diversas vezes na Igreja Batista Atitude. Vídeos publicados no canal do pastor no YouTube mostram algumas dessas presenças. Em novembro de 2018, pouco depois de ser eleito para a Presidência, Bolsonaro e a mulher estiveram no local. 

Valandro esteve presente na diplomação de Bolsonaro. O presidente participou de culto na igreja em maio de 2019. Em abril deste ano, Michelle gravou um vídeo desejando feliz aniversário ao pastor. 

Ramagem é apadrinhado pela família Bolsonaro. Em abril deste ano, por exemplo, Michelle apareceu em um vídeo fazendo campanha para o congressista à Prefeitura do Rio.

Durante o governo Bolsonaro, Ramagem chefiou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O deputado foi o responsável por gravar, em agosto de 2020, a reunião em que foram discutidas estratégias para blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, do caso das “rachadinhas” (repasse de salário).

A gravação foi encontrada pela PF (Polícia Federal) durante as investigações da “Abin paralela”, que apuram o uso da estrutura do órgão para vigiar autoridades, como congressistas e ministros do Supremo e jornalistas, ilegalmente. 

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