Veremos nas ruas a indignação dos que não se intimidaram, diz Eduardo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que em 7 de setembro verá nas ruas de SP (São Paulo) a indignação dos “corajosos”. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se refere ao ato pró-impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou ato pelo impeachment de Moraes. A manifestação está marcada para 7 de setembro, Dia da Independência, em SP. Jair Bolsonaro (PL) confirmou que participará da manifestação.

“Veremos nas ruas de São Paulo o tamanho da indignação dos corajosos que não se (sic) intimidam nem com os jagunços da Gestapo Federal alexandrina”, escreveu Eduardo em seu perfil do X (ex-Twitter) nesta 2ª feira (19.ago.2024).

O deputado também publicou um das mensagens referentes ao descontentamento do gabinete do ministro do STF com a atitude da Interpol (sigla em inglês para Organização Internacional de Polícia Criminal) e do governo dos Estados Unidos no caso envolvendo Allan dos Santos, jornalista, blogueiro e influenciador digital simpatizante de Jair Bolsonaro. 

O jornal Folha de S.Paulo teve acesso a mensagens trocadas entre os 2 juízes, em novembro de 2022, instrutores do magistrado Airton Vieira, do Supremo, e Marco Antônio Vargas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na conversa, Vieira falou, em áudio, sobre a inclusão do nome de Allan dos Santos na Difusão Vermelha da Interpol.

A manifestação foi convocada depois de a Folha de S.Paulo divulgar na 3ª feira (13.ago) mensagens que indicam que Moraes teria usado o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de forma extraoficial para embasar inquéritos de sua relatoria contra bolsonaristas no STF.

Senadores aliados a Bolsonaro pressionam pela abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e pelo impeachment de Moraes. No entanto, o Poder360 apurou que as chances de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aceitar o pedido são “nulas”.

Bolsonaro disse na 5ª feira (15.ago) acreditar que Moraes tem um problema “pessoal” com ele. “Isso é claro. Só não vê quem não quer”, declarou o ex-presidente em entrevista à rádio 96 FM em Natal (RN).

CASO MORAES

Uma reportagem da Folha publicada na 5ª feira (15.ago) também mostrou que o policial militar Wellington Macedo, que atua dentro do STF, na equipe de Moraes, requereu informalmente a produção de relatórios ao setor de combate à desinformação do TSE.

Quem recebeu a demanda na Corte Eleitoral foi Eduardo Tagliaferro, que foi até 2022 chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) daquele Tribunal. Ele respondeu que levantou os dados sigilosos com o auxílio de um policial civil de São Paulo “de sua extrema confiança” e cuja identidade não deveria ser revelada.

O TSE não tem atribuições investigativas ou criminais. Isso cabe à Secretaria de Segurança do STF, que recebe ameaças e as repassa às polícias federal ou estadual. O gabinete do ministro também pode acionar a polícia diretamente para investigações em casos de suspeita de crime.

Ao comentar pela 1ª vez sobre as mensagens que mostram que teria usado o TSE de forma extraoficial, o ministro do STF afirmou que seria “esquizofrênico” se “auto-oficiar”.

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