O PL, principal partido de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), orientou os congressistas da sigla a focar o discurso no pedido de impeachment contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, depois do suposto uso do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de forma extraoficial para embasar inquéritos sob a relatoria do magistrado na Suprema Corte contra bolsonaristas.
A bancada do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu na noite de 3ª feira (13.ago.2024) e na hora do almoço desta 4ª feira (14.ago), para alinhar o discurso e tentar pressionar os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O Poder360 apurou que todos concordaram e repetiram que “agora é a hora da mobilização”.
Desde que foi aberto o plenário da Câmara para os discursos dos congressistas, 7 deputados da legenda usaram a tribuna para criticar o ministro.
“Nós sempre desconfiávamos de que o Poder Judiciário brasileiro, em especial na Suprema Corte na figura do ministro Alexandre de Moraes, enquanto presidente do TSE, nunca foi imparcial nas suas decisões. E agora com os áudios vazados fica clara a perseguição contra quem é de direita, conservador e bolsonarista”, declarou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o 1º a discursar.
Os deputados General Girão (PL-RN), Zucco (PL-RS) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO) seguiram a mesma linha e criticaram as ações tomadas pelo ministro, destacando a reportagem da Folha de S.Paulo que mostra as conversas dos assessores do mesmo.
Já o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) comparou a atuação de Moraes à do regime nazista da Alemanha.
“Dá para perceber que os modos operantis é igual ao da Alemanha Nazista, na época de Adolf Hitler, ditador sanguinário. Ele [Moraes] utiliza a Gestapo aqui, uma parte do Ministério Público, uma parte da Polícia Federal e uma parte dos servidores. Quero ver o ‘descondenado’ Lula dizer que agora não foi ajudado diretamente pelo ditador da toga, Alexandre de Moraes”, afirmou.
A presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), disse que é “impossível reconhecer a legitimidade dele como ministro do STF”.
“Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, não posso me furtar de dizer que as atitudes de Alexandre De Moraes reveladas ontem são incompatíveis com a Constituição de 88. É impossível reconhecer a legitimidade dele como ministro do STF por violar os princípios mais elementares da nossa Constituição. É uma vergonha para a República brasileira. É preciso que o Senado saia da omissão para cumprir seu papel histórico institucional”, declarou.