O ator José de Abreu publicou na 3ª feira (13.ago.2024) em seu perfil no X (ex-Twitter) um post em que disse que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes “deveria mandar fechar” o jornal Folha de S.Paulo.
A declaração foi feita depois de o jornal publicar reportagem afirmando que o magistrado pediu de forma não oficial que a Justiça Eleitoral elaborasse relatórios para embasar decisões próprias no inquérito das fake news contra aliados do então presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.
Simpatizante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José de Abreu fez diversas postagens críticas à reportagem. Eis algumas:
O ator também criticou o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, um dos que assina a reportagem. Ele é o mesmo que esteve na apuração da chamada Vaza Jato, que revelou métodos considerados impróprios ou ilegais que resultaram no encerramento da operação Lava Jato.
A Folha de S.Paulo obteve mensagens e arquivos trocados entre Moraes, seus auxiliares e outros integrantes de sua equipe pelo WhatsApp. Os registros revelam que o gabinete do ministro pediu pelo menos 20 vezes a produção de relatórios de forma não oficial.
A atuação se deu por meio do setor de combate à desinformação da Justiça Eleitoral. Esses documentos eram usados para embasar medidas criminais contra bolsonaristas.
Em nota, o gabinete de Moraes disse que todos os procedimentos dos inquéritos das fake news e das milícias digitais foram “oficiais, regulares e estão devidamente documentados” na Corte.
O ministro afirmou que, ao longo da tramitação dos inquéritos, foram feitas solicitações a diversos órgãos, inclusive ao TSE, que tem poder de polícia e, portanto, segundo ele, competência para elaborar relatórios sobre atividades ilícitas, “como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às instituições”.
Lê-se no comunicado: “Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais. Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República”.
A nota diz que os procedimentos tiveram “integral participação” da PGR (Procuradoria Geral da República).
Leia mais:
- “Sensacionalista”, diz ministro de Lula de reportagem sobre Moraes
- Moraes investigou bolsonaristas de forma extraoficial pelo TSE
- Moraes diz que procedimentos do inquérito das fake news são regulares
- Oposição defende CPI e impeachment contra Moraes
- “É irresponsável” comparar atuação de Moraes à Lava Jato, diz Kakay
- Ninguém está acima da lei, diz líder da Oposição sobre Moraes
- Áudios mostram estratégia de equipe de Moraes para uso do TSE
- Absolutamente nada comprometedor, diz Prerrogativas sobre caso Moraes