O Planalto, integrantes do PT e a CGU (Controladoria Geral da União) criticaram a ONG Transparência Internacional e seu ranking de corrupção, no qual o Brasil caiu 10 posições em 2023. O levantamento havia sido divulgado na 4ª feira (31.jan.2024). A atitude, no entanto, diverge do adotado quando a mesma instituição avaliou os governos de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PL).
- o que avalia a Transparência Internacional – o IPC, ou Índice de Percepção da Corrupção. É a percepção de especialistas e empresários sobre a integridade do setor público em 180 países. São atribuídas notas em uma escala de 0 a 100. Quanto maior a nota, melhor é a percepção de integridade –a do Brasil foi 36. É uma compilação de opiniões. Para um levantamento com algum grau de confiabilidade, seria necessário fazer uma avaliação rigorosa sobre os resultados das investigações sobre corrupção em cada país, e sobre o empenho e a independência de quem investiga. Leia a íntegra do relatório (PDF – 2 MB).
Governistas questionaram a integridade da ONG e sua metodologia.
A CGU (Controladoria Geral da União) afirmou que estudos como o da Transparência Internacional devem “devem ser vistos com cautela”. Disse também que há “limitações metodológicas” no levantamento. Leia a íntegra do comunicado (PDF – 601 kB). O posicionamento foi compartilhado nas redes sociais pelo ministro da Secom, Paulo Pimenta.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também usou seus perfis nas redes sociais para criticar a ONG e os resultados do estudo. Ela escreveu uma dura mensagem contra a ONG. Falou que a organização tem uma “longa trajetória de desinformação sobre os governos do PT” e que de “transparente só tem o nome”.
Leia abaixo as críticas de petistas ao ranking da ONG:
NOS GOVERNOS ANTERIORES…
O PT não era tão crítico do levantamento da Transparência Internacional quando não estava no poder. O estudo da ONG foi usado pelo partido e por petistas que hoje integram o governo, como Pimenta e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para criticar a administração de Temer e a de Bolsonaro.
Pimenta usou o ranking em 3 mensagens nas redes sociais:
- 2017 – criticou Temer;
- 2020 – disse que Bolsonaro era o “o menos transparente”;
- 2022 – associou os Bolsonaros à queda do país no estudo.
Leia abaixo as mensagens de petistas sobre a ONG em governos anteriores:
ONG RESPONDE NO X
A Transparência Internacional declarou em seu perfil no X (ex-Twitter) que a questão é “para quem” as instituições continuam funcionando: “A corrupção é uma disfunção do Estado brasileiro, é perfeitamente funcional para os propósitos a que serve: concentrar riquezas e direitos”.
A Transparência Internacional não tem relação com a Transparência Brasil.